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Caso Davi Hora: Julgamento acontece nesta sexta em São Miguel
O assassinato do estudante Davi Hora, ocorrido em 23 de junho de 2005, ganhará nesta sexta-feira, 30, um capítulo importante. O julgamento do acusado, Rodolfo Amaral está marcado para começar às 9h, no fórum da comarca de São Miguel dos Campos, cidade onde aconteceu o crime.
De acordo com os autos do processo, naquele dia, nas proximidades da praça multieventos de São Miguel dos Campos, Rodolfo Amaral, então com 18 anos de idade, disparou contra a vítima Davi Hora, ao manusear uma arma calibre 6.35 dentro do veículo em que tinham ido àquela cidade.
Denunciado por homicídio com dolo eventual, ele defende-se alegando que não teve a intenção de matar a vítima, pois sequer acionara o gatilho da arma e que no momento do disparo ela estava sem o carregador.
A acusação pede a condenação por dolo eventual, numa pena variável entre (6) seis e (20) vinte anos de reclusão. Já a defesa se baseia nos depoimentos de todas as testemunhas, no sentido de que eles eram amigos e que não havia qualquer tipo de inimizade ou litígio mesmo que eventual, entre o acusado e a vítima.
“O disparo acidental aconteceu quando um puxava a arma da mão do outro, de forma assim, involuntária. O próprio trajeto da bala no corpo da vítima, levemente ascendente e da frente para trás, é incompatível com a tese de acusação, pois seria impossível no exíguo espaço interior de um veículo o acusado esticar o braço, atingindo a vítima à altura da região zigomática (maçã do rosto) indo alojar-se a arma na parte posterior superior do cérebro (lobo occipital)” declarou Raimundo Palmeira, advogado de Amaral.
“Meu cliente é um jovem empresário, casado, pai de uma menina de cinco anos, que leva em sua consciência que foi um infeliz e trágico acidente que mudou a vida de ambas as famílias”, concluiu Palmeira.
A tese defensiva foi adotada, na primeira instância, pelo Promotor de Justiça da 3ª Vara Criminal da Comarca de São Miguel dos Campos, que pleiteou pela desclassificação do delito, e acolhida pelo então Magistrado com atuação naquela Vara Criminal, Dr. José Barros, que desclassificou o delito para culposo nos termos do pedido da defesa.
Após a decisão, a acusação interpôs recurso em sentido estrito para o Tribunal de Justiça de Alagoas que, entendendo haver dúvidas, reformou a decisão encaminhando a julgamento pelo Júri Popular.
O julgamento que deve acontecer durante todo o dia será conduzido pelo juiz André Avancini D’Ávila, pelo advogado de acusação Welton Roberto, pelo promotor de Justiça Dr Hermann Brito e pelos advogados de defesa Raimundo Palmeira e Lívia Brandão.
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