Prossegue até o próximo dia 31 de maio, em Limoeiro de Anadia, a primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa de 2014, desencadeada em todo o país pelo Ministério da Agricultura no dia 1º de maio e coordenada em Alagoas pela Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), através da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária (Adeal).
Limoeiro de Anadia possui 12.026 animais cadastrados, em 380 propriedades. A meta da Prefeitura é obter o êxito da segunda etapa da campanha, realizada em novembro de 2013, quando foram vacinados 11.301 animais, um índice de 93,96% de imunização, bem acima da média de 80% estabelecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O sucesso das campanhas no município é fruto do trabalho permanente da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, através do secretário Marcelo Rodrigues e sua equipe, de orientação e mobilização dos pecuaristas limoeirenses sobre a importância de vacinar o gado e de fazer a declaração de vacinação, que garante o trânsito livre para a comercialização do gado e seus subprodutos em outros mercados, além da participação em feiras, exposições e leilões. A Secretaria dá todo o suporte necessário aos criadores, sejam eles de grande ou pequeno porte.
Em setembro de 2013, Alagoas atingiu certificação de zona livre para a febre aftosa, após permanecer 14 anos como zona de risco médio, o que impedia os criadores de participarem de exposições, leilões e feiras de gado e comercializarem carne e leite em outros Estados. Com a intensificação das campanhas, que ocorrem a cada seis meses, o Estado saiu em definitivo da zona de risco médio.
O secretário-adjunto de Agricultura, José Ferreira Souza, explicou que nunca houve registros da doença em Limoeiro de Anadia. Mesmo assim, a Prefeitura e a Adeal atuam juntas para garantir a imunização dos rebanhos. “Limoeiro de Anadia está dando sua contribuição para que o controle da doença no Estado”, afirmou.
É o caso do pecuarista Ubaldo Soutinho, proprietário da Fazenda Gravatá, no Sítio Areia Vermelha, que, juntamente com seu filho, o engenheiro agrônomo João Alfredo Soutinho, administra uma propriedade de mais de 300 hectares, e um plantel de 180 cabeças de gado de leite, entre vacas adultas, novilhas e bezerras, e cerca de 100 cabeças de gado de corte. O processo de reprodução é feito por inseminação artificial, com sêmen sexado, ou seja, a escolha do sexo do animal é feita previamente.
Com uma produção de 12 litros de leite por vaca, em cada ordenha, além do gado de corte, que Ubaldo Soutinho comercializa na região, a saúde dos animais é fundamental para evitar prejuízos. Além da ordenha mecanizada e a higienização de todos os utensílios para a produção do leite e para a inseminação das reses, o pecuarista mantém em dia a vacinação do rebanho para o controle de doenças, incluindo a aftosa.
Ubaldo Soutinho, que é veterinário e diretor de Políticas Agropecuárias da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), vive há 28 anos em Limoeiro de Anadia e explica que nunca teve registro de febre aftosa na região. Um dos primeiros agropecuaristas a se instalar no município, ele diz que a vacinação é indispensável para garantir o controle sanitário do Estado e para a própria segurança de todo o plantel.
Ele também elogiou o importante trabalho de conscientização que a Secretaria Municipal de Agricultura de Limoeiro realiza com os pequenos produtores de 16 propriedades circunvizinhas. “Apesar de serem criadores de pequeno porte, eles também estão conscientes da importância da vacinação. Não adiantaria nada eu vacinar o meu gado se os outros criadores próximos não fizessem o mesmo. O vírus da aftosa se propaga muito rápido e todos precisam fazer sua parte”, afirmou, acrescentando que sempre ajuda os outros produtores que o procuram durante o período de vacinação.
A vacina pode ser comprada em lojas agropecuárias credenciadas pelo Ministério da Agricultura. Mas o secretário-adjunto de Agricultura de Limoeiro, José Ferreira Souza lembra que não basta apenas vacinar o gado. É preciso que o criador se dirija ao escritório da Adeal no município ou à sede da Secretaria Municipal de Agricultura para declarar o rebanho vacinado e receber a Declaração de Vacinação e a Guia de Trânsito Animal (GTA), documento obrigatório para o trânsito de animais não só dentro do Estado como fora dele.

 A doença – A febre aftosa é uma doença viral altamente contagiosa que atinge os animas de cascos bifurcados, como bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos. O vírus se espalha rapidamente e pode ser transmitido através da saliva do animal, sangue, leite, fezes e também pelo contato com objetos ou pessoas que tenha contato com essas fontes de infecção.
Os sintomas são febre alta, perda do apetite, aftas na boca, gengiva e na língua, além de feridas nos cascos e nos úberes. O animal contaminado começa a babar, tem dificuldade para se locomover, beber água e comer, prejudicando a produção de leite, o crescimento e a engorda.
Em casos de suspeita da doença, o produtor deve comunicar à Adeal para que seja feita a inspeção do rebanho e tomadas todas as medidas necessárias. No caso de confirmação da contaminação, os animais doentes têm que ser isolados e sacrificados para evitar a disseminação do vírus.