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Ucrânia perdeu Crimeia por lentidão de governo interino, diz ex-premiê da península

Representante do governo interino da Ucrânia na Crimeia na época do referendo que definiu a anexação do território à Rússia, Serhiy Kunitsyn é uma das pessoas quem mais tem a dizer sobre a situação política da península.
Ao assumir o cargo quase duas semanas antes da consulta separatista de 16 de março, Kunitsyn falou que o objetivo de seu trabalho era dialogar com todas as partes. Deixou o poder dias após o referendo com o argumento de que “o poder estava sem poder” na Crimeia.
Na entrevista que concedeu a Opera Mundi em Kiev, o político argumentou que foi indicado tarde demais para evitar que a Ucrânia perdesse o controle sobre a Crimeia e que todas as decisões relacionadas ao referendo foram tomadas na Rússia.
“Erros foram cometidos, nós [governo interino da Ucrânia] agimos lentamente e sem resultados. Se tivessem me convocado quatro dias antes, poderíamos, quando ocuparam o Parlamento da Crimeia, acionar as tropas que existiam em números adequados para que isso não se agravasse”, lamentou.
Ex-premiê da República Autônoma da Crimeia por duas vezes, entre maio de 1998 e julho de 2001 e de 2002 a 2005, o político defende que Estados Unidos e Europa aumentem as sanções contra Moscou, como deve ser implementado nesta semana.
De acordo com Kunitsyn, “levará anos” para que a Ucrânia tente recuperar a península, ao menos até o final do governo de Vladimir Putin.
“Conheço Putin pessoalmente e conheço seu trabalho, sei que agora, neste exato momento, isso não será possível. Penso que isso será possível somente quando, em primeiro lugar, houver uma mudança no governo russo, tendo como vencedora uma força mais democrática, e, em segundo, se caso acontecer do território ucraniano entrar na União Europeia e o nível de vida se tornar bem melhor do que na Crimeia. Somente aí podemos colocar essa pergunta novamente.”
O político da Crimeia está atualmente no partido UDAR, do boxeador Vitaly Klitschko, que apoia o candidato Petro Poroshenko nas eleições presidenciais de 25 de maio. Rico empresário do setor de confeitaria e dono do canal de notícias de maior audiência na Ucrânia, Poroshenko divide o favoritismo no pleito com a ex-premiê do país Yulia Timoshenko, do partido Fatherland.
Os dois principais postulantes à Presidência defendem uma aproximação com a União Europeia, algo raro na política do país, que costuma ter eleições contrapondo as influências ocidental e russa.
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