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Em cada canto um conto
Dizem que os livros falam muito de seus autores, quando não, mas deixa perpassar uma áurea de suas vidas. Recebi do portalista Malta Neto, um exemplar do livro Em cada canto um conto, do escritor estreante Fábio Soares Campos, pertencente a Academia Santanense de Letras. Santana, em cada canto, um conto este é o nome exato do livro. Deletei-me a ler a obra citada, trata-se de um florilégio em coletânea de trinta belas crônicas escritas ao sabor do tempo no compasso da saudade, onde o escritor cronista aquilata fatos interessantes, dando-lhes conotações diferentes com características que enriquecem a crônica, tornando a leitura harmoniosa, instigante e prazerosa de ler. Fabio possui boa memoria, guarda fatos e historias de sua infância com muita precisão, e agora resolveu transformá-los num livro de boa qualidade, escreveu Arnse Houssay que: “devemos ter sempre antigas memorias e novas esperanças”.
O livro em cada canto, um conto constitui-se uma abertura fantástica para novas investidas no campo da crônica, visto o assunto e talento não faltaram ao autor, pois o escritor enfoca com propriedade e conhecimento de causa, as crendices populares da região, as águas revoltas do lendário rio Ipanema, sem esquecer o famoso poço dos homens, onde somente o sexo masculino podia tomar banho com suas peraltices e seus pecados, é interessante se notar como o autor descreve com detalhes cada conto, como o caso do vaso branco, parece até um fato investigativo, pela perspicácia do escritor, que vai aos poucos juntando as frases para montagem do texto literário, o pensador francês Max Jacob (1.876-1944), escreveu: “o bom gosto de um escritor se conhece pela importância de suas correções”, teve pois, o escritor Fábio Campos, o cuidado em dar as suas crônicas magistrais uma tonalidade dentro de um colorido vivo. Dos escritores santanenses e cronistas, destaco Clerisvaldo B. Chagas, sendo melhor como romancista,
Djalma Melo Carvalho, é um cronista telúrico, porém Fabio Campos, conseguiu ser diferente dos outros, todos são bons, mas Fabio possui um “ quê ” diferente que com este seu primeiro trabalho, não da ainda para averiguar seu estilo de escrever, Fabio, continue, você possui um bom potencial, que certamente lhe colocará num pedestal de destaque dentro do sodalício iluminado das letras que ora você pertence, sua bagagem cultural adquirida nos bancos acadêmicos aliada ao seu talento, falam muito de você, de sua verve literária, você com seu jeito simples de ser sabe modelar as palavras, colocando nelas seus sentimentos suas emoções, suas histórias bonitas e hilariantes, faço minha as palavras de Victor Hugo(1802-1885), “modelar uma estátua e dar-lhe vida é belo, modelar uma inteligência e dar-lhe verdade é sublime” a beleza de quem escreve, está nas palavras, mormente na colocação exata dos adjetivos que dão ênfase ao texto literário, embora não digam necessariamente o essencial, em vista desse lado
ficar a cargo dos substantivo, levando Machado de Assis, escrever: “ Os adjetivos passam, os substantivos permanecem” .
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