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Mudanças climáticas vão prolongar estiagens no Nordeste

09/04/2014
Mudanças climáticas vão prolongar estiagens no Nordeste

secaiPesquisa divulgada pelo IPCC (painel da ONU sobre mudanças climáticas) após reunião em Yokohama, no Japão, aponta que as estiagens prolongadas no Nordeste – como foi vivenciado em 2012 e 2013 – devem se tornar mais freqüentes. Atualmente os efeitos da seca ainda desafiam diversas comunidades na região. De acordo com a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, do Ministério da Integração Nacional, 730 municípios do semiárido estão em situação de emergência ou estado de calamidade pública. Para lidar com as dificuldades nos períodos de escassez, estão sendo distribuídas em dez Estados brasileiros cisternas de polietileno.
As conclusões do IPCC foram apresentadas no último dia 29. De acordo com documento do Grupo de Trabalho II do IPCC, os países afetados pela diminuição das chuvas devem aprofundar as políticas em curso voltadas para melhorar a convivência das populações com as estiagens.
A distribuição de cisternas para o acúmulo de água da chuva é uma das principais políticas do governo brasileiro para permitir que as famílias consigam conviver com as estiagens. Esses reservatórios podem guardar 16 mil litros, o suficiente para uma família de 4 a 5 pessoas se manter durante nove meses de estiagem, garantindo assim água limpa para beber, cozinhar e banhar crianças pequenas.
“A distribuição de cisternas não é uma medida emergencial, que só tem efeitos durante os períodos de estiagem. A instalação dos reservatórios na casa das famílias pobres é uma ação estruturante, destinada a fazer com que os períodos secos causem menos prejuízos para o homem do campo”, afirma Amauri Ramos, diretor da Acqualimp. A empresa é uma das fornecedoras do Programa Água para Todos, mantido pelo governo federal, e já entregou mais de 180 mil cisternas de polietileno ao Poder Público em pouco mais de dois anos.
Uma das cidades contempladas foi Gravatá (87 km de Recife). “Água sempre foi um grande problema para quem mora na zona rural. Antes, todo mundo tinha que carregar lata d’água na cabeça”, afirma a agricultora Lindinalva Pereira da Silva, 50, que foi beneficiada pela instalação de uma cisterna para armazenar água da chuva em sua casa.

Benefício para mais sertanejos
As cisternas de polietileno para programas do governo foram introduzidas no país em 2012 e permitiram a aceleração das políticas públicas para a convivência com semiárido. Em 2011, quando a tecnologia não era utilizada, foram instalados 87.741 reservatórios no Semiárido. Já em 2012 e 2013, quando o polietileno passou a ser destinado para a casa de famílias em situação de extrema pobreza, foram instaladas em média 196 mil reservatórios ao ano, contando todas as tecnologias disponíveis. Isso representa um crescimento de 124%.