Política
“Carnaval eleitoral” vai definir nomes para a sucessão de Vilela
Este ano o carnaval promete ser um dos mais animados dos últimos tempos. Principalmente quando se trata da esfera política, onde no calor de Momo serão decididos vários rumos eleitorais.
De Murici, vestindo o azul do tradicional Bloco “Tudo Azul”, pode sair Alagoas afora, o deputado-federal Renan Filho (PMDB) como candidato de consenso – da situação e oposição – pelo menos é o que deseja o senador Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado federal e um dos homens mais influentes da República.
Inclusive tal desejo foi referendado nas entrelinhas do discurso da Presidenta Dilma Roussef (PT), quando esteve em Alagoas na última semana, quando afirmou que: “nós temos de tentar reproduzir essa nossa aliança (PT-PMDB) onde pudermos, mas isso não significa que, no lugar onde ela não ocorrer, não será muito bem vinda a presença, a militância e a participação dos prefeitos e prefeitas e outros políticos de agremiações partidárias diferentes”.
Mas para isso ocorrer é preciso organizar uma engenharia muito eficaz para abrigar os “gregos e troianos” em apenas um carro de alegorias, o que não é tarefa impossível para Renan, o pai, conhecido nacionalmente por sua grande habilidade política, em que pese os cientistas políticos de plantão afirmarem que existe pouca vaga para muito cacique.
Por outro lado, mais adepto dos forrós, típicos das festas juninas, está o senador Benedito de Lira (PP), que reafirma sua candidatura com “Téo ou sem Téo” e que parece vai descansar durante a folia, aguardando a confirmação do governador Teotonio Vilela (PSDB) em ficar no governo, presidindo o pleito.
Querendo entrar no bloco dos majoritários alguns nomes deverão desfilar simpatia pelas cidades que vão realizar carnaval. Contudo, o tempo é por demais exíguo para esses foliões se tornarem destaques das escolas de samba que irão disputar o governo.
Para o Bloco Collorido, do senado Fernando Collor (PTB) só conhece até agora (caso Teotonio fique onde está) um candidato para concorrer em outubro. A vereadora Heloísa Helena, do PSOL partido que estimula no sul do país, o bloco dos mascarados “black blocks”, mas que para alguns não possui mais fôlego para uma disputa tão pesada. José Thomáz Nonô pode ser outro nome na disputa ao senado, mesmo que prefira a disputa a governo. Caso saia ao senado, Nonô terá que obter o aval de Teotonio Vilela, que já declarou, no calor do “Pinto” o desejo de derrotar Fernando Collor nessa eleição. Além disso a “engenharia” do presidente do Senado para abrigar todos no mesmo bloco tem que funcionar.
Bloco da Câmara
Além do disputadíssimo quadro majoritário, as oito (ou nove) vagas a serem preenchidas na Câmara Federal também é assunto que deixa o folião insone. Por exemplo, com a possível saída de Renan Filho (PMDB), da disputa, quem herdará os votos de seus correligionários?
Como no carnaval a mistura é saudável, em Palmeira dos Índios, por exemplo, fala-se até que políticos tucanos poderão votar, por exemplo, no deputado-federal Paulão (PT), já que Luciano Barbosa, natural da cidade e provável herdeiro dos votos de Renanzinho, prefere criar um grupo próprio e antagônico à gestão atual.
Não acreditam?
Pois é, em política, só não se viu ainda boi voar, mas no carnaval, a tradição dos bois, ainda é mantida e quem sabe um deles, ou dois, não voam?
E Paulão, com exceção de Renan Filho, é o deputado que mais acarreou verbas para o município xucuru. Seria o ferrenho petista (hoje mais light) o herdeiro dos votos de Renan Filho em Palmeira dos Índios?
Na verdade só o tempo dirá e tudo isso após a ressaca carnavalesca, não acham?
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