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Prisão de carteiro levou Gecoc a desbaratar quadrilha que clonava cartões

24/07/2012

A prisão pela equipe do delegado Mário Jorge Barros, a época delegado Regional de São Miguel dos Campos, do carteiro Benedito Basílio da Silva, 49, em 10 de agosto de 2011, deram início às investigações que levaram ao Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), do Ministério Público Estadual (MPE), descobrir as ações do bando criminoso que aplicava golpes com cartões clonados em Maceió e outras cidades do Nordeste.

A maioria dos integrantes da quadrilha foi presa na manhã da última segunda-feira (23) durante cumprimento de mandados de prisão e busca e apreensão expedidos pela 17° Vara Criminal. As prisões aconteceram nas cidade de Maceió, São Miguel dos Campos e Barra de São Miguel.

Durante interrogatório Benedito Basílio confessou que violava correspondências que continham cartões de crédito e entregava para os criminosos.

A denúncia foi feita pela própria direção dos Correios, após sucessivas reclamações de usuários. Ele havia deixado o trabalho e levado várias faturas de cartões de crédito. Com os dados, os criminosos criavam os cartões clonados como nomes e endereços de outras pessoas e limites entre R$ 2 até R$ 30 mil reais. Para evitar que as faturas e as correspondências da empresa do cartão chegassem ao legitimo proprietário, Basílio, novamente entrava em ação, e ‘dava fim’ aos documentos.

Quando foi preso o carteiro disse que no inicio não queria aceitar o ‘serviço’, mas teria sido pressionado pela quadrilha que em algumas oportunidades ameaça seus familiares. Segundo ele por cada correspondência desviada recebia até R$ 200 reais.

Denominada de ‘Operação Clone’, as equipes da Força Nacional (FN), da Seção Anti-sequestro, da Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic) e do Grupo Tático Integrado de Grupos de Resgates Especiais (Tigre) prenderam Renato Erick de Medeiros Rocha; Mauro César Oliveira, Edson Ferreira Teixeira, 41, o "Nêgo Edson"; Edson Vieira dos Santos; José Cláudio Silva dos Santos; Rodrigo Andrade dos Santos; Alisson Monteiro de Carvalho; José Aldo da Silva; Tiago Vasconcelos Pereira Viana; Jorge Santos Sá Brito; André Luiz Viana; Rodrigo Andrade; "João Taxista"; Rosivan Filho; Artur Marinho; Felipe dos Anjos Pontes; Miguel Ferreira; Marivaldo Calumbi; Rodrigo José Moreira Lima e Edson Ricardo da Rocha e os policiais civis Alexandre César Santana e Gleydisson Borges Dias. "Nêgo Edson", de acordo com a Polícia, era o líder do bando.

De acordo com a polícia, duas pessoas estão foragidas. Entre elas o comerciante Rodrigo Andrade Santos. Ele é dono de uma loja de material de informática, no bairro de Mangabeiras. Rodirgo chegou a ser preso, mas fugiu ontem, quando foi levado para fazer exames de corpo de delito e ao pedir para ir ao banheiro conseguiu fugir por uma janela do hopistal. Outro foragido é Francisco Azevedo Júnior.

Durante uma entrevista coletiva na sede do MPE, o promotor Alfredo Gaspar de Mendonça, que confirmou que sua mulher também foi vítima da mesma quadrilha, disse que outros funcionários dos Correios e porteiros de edifícios estão sendo investigados. Eles são suspeitos de terem sido “contratados” pelo bando para interceptarem cartões de créditos.

O bando chegou a comprar um vírus, no valor de R$ 60 mil, com a finalidade de rastrear dados de pessoas que faziam compras através da Internet.