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Alagoas registra redução de 25% no índice de mortalidade materna

28/05/2012

        As gestantes alagoanas têm muito a comemorar no Dia Nacional de Combate à Mortalidade Materna, celebrado nesta segunda-feira (28). Isso porque, entre 2010 e 2011, Alagoas reduziu em 25% os óbitos decorrentes de complicações na gravidez e no parto, passando de 32 para 22. O índice é melhor que o registrado no Brasil, que teve uma redução total de 21%, com 1.038 mortes.

 

A queda vem se mantendo em 2012, com a notificação de seis casos, estando três sob investigação – no mesmo período de 2011 foram 10. A razão da mortalidade materna na comparação dos últimos dois anos também caiu, indo de 55,4 para 49,9 óbitos a cada 100 mil nascidos. A conquista coloca o Estado na classificação média e é melhor que a do Nordeste (70,7) e do País (60,3).

 

De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde (Sesau), Sandra Canuto, o avanço se deve às ações adotadas pelo Governo. “Alagoas vem repassando recursos para as maternidades por meio do Promater, que visa ajudar na estruturação das unidades. Essa tem sido uma das estratégias para a redução da mortalidade materna e infantil”, diz.

 

A verba é utilizada na melhoria do atendimento médico e no fornecimento de medicamentos para gestantes e recém-nascidos. Sandra lembra que outras ações como o treinamento de técnicos municipais, o retorno da Central de Regulação de Serviços de Saúde (Cora) de Maceió e a ordenação do leite de obstetrícia também vêm contribuindo para a melhoria dos índices.

 

Além disso, outro fator importante foi a implantação da Rede Cegonha. “O programa tem estimulado a capacitação dos municípios, não só garantindo o acesso, mas também estimulando a realização do pré-natal. Aumentamos o número de gestantes com sete ou mais consultas de pré-natal e agora precisamos trabalhar na qualidade do serviço”, afirma a superintendente.

 

“É importante citar ainda a retomada do Comitê Estadual de Mortalidade Materna e Infantil, que discute proposições para o problema, e a implantação da vigilância do óbito nas 102 cidades. Todas essas ações juntas contribuíram para a redução dos índices”, expõe ela, acrescentando que, com a revisão dos dados divulgados anteriormente, o Estado passou de 21 para 25% de redução.

 

Causas – Segundo dados da Sesau, a principal causa da mortalidade materna em Alagoas ainda é a hipertensão, responsável por nove dos óbitos registrados. A lista conta ainda com infecções puerperais – aquelas que acometem o aparelho genital feminino após o parto –, hemorragia, doenças do aparelho circulatório complicadas pela gravidez e aborto. 

 

“As mortes por causas obstétricas diretas respondem pela maioria dos casos e são evitáveis em sua grande maioria. Em boa parte dos casos, o problema ainda é o acesso ao pré-natal, que deve ser bem feito para evitar futuras complicações. A ações adotadas, porém, têm ajudado na queda desses óbitos, fazendo com que o Estado acompanhe o Brasil”, esclarece Sandra Canuto.

 

Ela destaca também a necessidade do empenho das administrações municipais. “O governo estadual coordena, monitora, capacita e até aparelha, mas a assistência básica depende dos municípios, que devem equipar suas unidades e melhorar o atendimento e a disponibilização de exames. Essa redução depende principalmente dos gestores municipais”, diz.

 

A redução da mortalidade materna foi tema em videoconferência realizada na última sexta-feira (25) entre o Ministério da Saúde e as secretarias estaduais. O encontro deve acontecer periodicamente e permitirá melhor acompanhamento das avaliações do óbito materno e compartilhamento das ações de enfrentamento, auxiliando ainda na identificação das áreas onde as mortes podem ser evitadas.