Internacional
Putin oferece interromper ataques se Ucrânia convocar eleições
Rússia e EUA têm pressionado Zelensky a realizar pleito presidencial
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira (19) que pode ordenar uma interrupção dos ataques à Ucrânia caso o país decida realizar eleições presidenciais.
Volodymyr Zelensky foi eleito presidente em 2019 para um mandato de cinco anos, período encerrado em 2024, porém a legislação ucraniana proíbe eleições sob Lei Marcial, instrumento em vigor desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.
"Estamos prontos para considerar garantir a segurança durante eleições na Ucrânia, ao menos abstendo-nos de ataques em território ucraniano no dia da eleição", disse o chefe do Kremlin durante sua coletiva de imprensa de fim de ano.
A Rússia considera Zelensky "ilegítimo" pelo fato de seu mandato ter sido estendido além de 2024, e o líder ucraniano também tem sido pressionado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para convocar eleições.
Zelensky, por sua vez, assegura estar "pronto" para ir às urnas, desde que haja garantias de segurança para os eleitores.
Durante a coletiva, Putin também comentou as negociações para um cessar-fogo e afirmou que "a bola está totalmente no campo do Ocidente, do chefe do regime de Kiev e de seus patrocinadores europeus".
Além disso, assegurou que as tropas russas estão avançando no leste ucraniano e que Moscou vai tomar à força os territórios reivindicados como seus no chamado Donbass, zona que engloba as províncias de Donetsk e Lugansk.
"Nossas tropas estão avançando ao longo de toda a linha de contato.
Tenho certeza de que, antes do fim deste ano, ainda presenciaremos novos sucessos", acrescentou o presidente, salientando que não vê "disponibilidade de Kiev para discutir a questão territorial".
O evento teve várias horas de duração e é um marco no calendário político russo, gerando intensa cobertura da mídia nas semanas que o antecedem — quase 3 milhões de pessoas enviaram perguntas a Putin, que ainda elogiou os esforços de Trump pela paz.
"O presidente Trump e eu concordamos, ou quase concordamos, com as propostas apresentadas em Anchorage [no Alasca]. Portanto, dizer que estamos rejeitando algo é absolutamente incorreto e infundado. Recebemos algumas propostas durante as reuniões preliminares em Moscou e nos pediram para fazer algumas concessões. Depois de chegar a Anchorage, eu disse que essas decisões não seriam fáceis para nós, mas aceitamos as concessões propostas", explicou Putin, sem dar mais detalhes.
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