O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou que a premiê da Itália, Giorgia Meloni, e o presidente da França, Emmanuel Macron, "assumam a responsabilidade" para permitir a assinatura do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia no próximo sábado (20), na cúpula de líderes do bloco sul-americano em Foz do Iguaçu.

A declaração chega em meio ao movimento liderado por Paris na UE para adiar a votação do tratado comercial entre os Estados-membros para 2026 devido a preocupações com o setor agropecuário europeu.

"Eu espero que meu amigo Macron e a primeira-ministra Meloni assumam a responsabilidade. No sábado agora, eu estou indo para Foz do Iguaçu fazer uma reunião com a participação da União Europeia. Eu espero que eles tragam a boa notícia de que vão assinar o acordo e que não vão ter medo de perder competitividade com o povo brasileiro", disse Lula durante uma reunião do Conselho de Participação Social, em Brasília.

O presidente ainda reforçou que os produtos do Mercosul não afetarão a competitividade da Europa e ironizou que Macron não quer fazer o acordo porque "o povo está muito rebelde na França".

"O Brasil não compete com os produtos agrícolas da França. Na verdade, são coisas diferentes, qualidades diferentes. E nós estamos cedendo mais do que eles", ressaltou Lula.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deseja vir ao Brasil em 20 de dezembro para assinar o tratado de livre comércio, mas, para isso, depende da aprovação do acordo por pelo menos 15 dos 27 Estados-membros da UE, desde que representem pelo menos 65% da população do bloco.