Internacional
Crítica não 'digeriu' tombamento da culinária italiana pela Unesco
Já diretora do FMI 'apoia' e 'ama' gastronomia do país
Enquanto para a diretora-executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, a culinária italiana "é cultura, identidade e apresenta um grande valor econômico e turístico" para o país, alguns colunistas da imprensa dos Estados Unidos e do Reino Unido ainda não digeriram seu reconhecimento como patrimônio cultural imaterial da humanidade pela Unesco.
"Gosto muito da gastronomia italiana, como gosto de cozinhar pratos italianos", afirmou Georgieva em uma entrevista ao TG1 publicada nesta segunda-feira (15).
"Ti amo Italia", acrescentou a diretora do FMI em italiano, rebatendo as críticas que têm se multiplicado pela imprensa internacional desde 10 de dezembro, quando foi anunciado o tombamento.
A mais recente polêmica veio do jornal britânico The Guardian, em um artigo assinado por um acadêmico italiano já conhecido por suas posições pouco convencionais: Alberto Grandi, professor de História da Alimentação na Universidade de Parma.
Em seu artigo, Grandi nega o "conceito de uma antiga culinária italiana", descrevendo a gastronomia no país, em grande parte, como produto de uma construção recente, que nasceu não de raízes seculares e modernizações harmoniosas, mas de fenômenos como "fome, pobreza, migração e improvisação".
Muitas das chamadas "tradições regionais, foram codificadas apenas no final do século 20, frequentemente por razões turísticas e de identidade. A culinária italiana que conquistou o mundo, não foi, portanto, aquela trazida de sua terra natal por emigrantes que partiram por fome, mas sim daquela que inventaram no exterior, graças a uma abundância de ingredientes antes inimaginável", argumenta Grandi, acrescentando que "essas receitas retornaram, depois, à Itália como se fossem tradicionais, particularmente com o boom econômico das décadas de 1950 e 1960, quando a abundância de alimentos transformou de forma radical os hábitos alimentares dos italianos".
Para ele, o reconhecimento da culinária italiana pela Unesco está distante de sua "história real", assemelhando-se mais a "um cartão-postal turístico do que a um patrimônio vivo".
Já no final de semana, o Times publicou a opinião de Giles Coren, um crítico gastronômico conhecido por seu nacionalismo culinário e estilo provocativo, que apontou a narrativa em torno da gastronomia italiana como "uma farsa", alegando que a Unesco foi "enganada", ao mesmo tempo em que pediu proteção para a "alta gastronomia inglesa".
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