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Serviço de Segurança da Ucrânia afirma ter atacado alvos energéticos na Rússia com drones

Operações miram infraestrutura de gás e petróleo; Moscou responde com ofensiva de drones e mantém posição rígida sobre Donbass.

25/12/2025
Serviço de Segurança da Ucrânia afirma ter atacado alvos energéticos na Rússia com drones
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) afirmou nesta quinta-feira, 25, ter realizado ataques com drones de longo alcance contra dois importantes alvos energéticos russos. As ações atingiram a planta de processamento de gás de Orenburg, operada pela Gazprom, e o porto de Temryuk, onde dois tanques de armazenamento de petróleo foram danificados.

Em resposta, a Rússia lançou 131 drones contra a Ucrânia durante a madrugada, dos quais 106 foram interceptados, segundo a Força Aérea Ucraniana. Ainda assim, 22 drones atingiram 15 locais, provocando vítimas e danos à infraestrutura.

Em Odessa, ataques russos a instalações portuárias e industriais resultaram na morte de uma pessoa e deixaram outras duas feridas. As regiões de Chernihiv e Kharkiv também foram alvo dos bombardeios.

Nesta quarta-feira, 24, o presidente ucraniano Volodmir Zelenski declarou estar disposto a retirar as tropas do centro industrial do leste do país como parte de um plano para encerrar a guerra, desde que Moscou também se retire e a região se torne uma zona desmilitarizada sob monitoramento internacional.

A proposta representa um novo potencial compromisso quanto ao controle da região de Donbass, um dos principais obstáculos nas negociações de paz.

Zelenski acrescentou que os Estados Unidos sugeriram a criação de uma "zona econômica livre" na área, que, segundo ele, também deveria ser desmilitarizada. No entanto, ainda não está claro como isso afetaria a governança ou o desenvolvimento local.

Segundo Zelenski, um acordo semelhante poderia ser considerado para a área ao redor da usina nuclear de Zaporizhia, atualmente sob controle russo. Ele destacou que qualquer plano de paz precisaria ser submetido a referendo popular.

O presidente ucraniano detalhou, na terça-feira, 22, um plano abrangente de 20 pontos elaborado por negociadores da Ucrânia e dos EUA na Flórida, embora muitos detalhes ainda estejam em discussão.

Moscou resiste à proposta de retirada

A Rússia, por sua vez, não sinalizou concordância com qualquer retirada dos territórios ocupados. Pelo contrário, Moscou insiste que a Ucrânia renuncie ao território restante em Donbass — exigência rejeitada por Kiev. Atualmente, a Rússia controla a maior parte de Luhansk e cerca de 70% de Donetsk, que compõem a região de Donbass.

Questionado sobre o plano, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que Moscou definirá sua posição após receber informações do enviado presidencial Kirill Dmitriev, que se reuniu com representantes dos EUA na Flórida no fim de semana. Peskov não forneceu mais detalhes.

Negociadores americanos têm mantido conversas separadas com Ucrânia e Rússia desde que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, apresentou um plano para encerrar o conflito no mês passado — proposta vista como favorável a Moscou, que iniciou a invasão há quase quatro anos. Desde então, Ucrânia e aliados europeus buscam alinhar o plano aos interesses de Kiev. (Com informações da AP)