Geral
Alckmin estima impacto de US$ 600 milhões nas exportações com nova lei mexicana
Vice-presidente afirma que acordos automotivos seguem preservados e negociações buscam ampliar linhas tarifárias de preferência com o México.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que os dois acordos atualmente em vigor entre Brasil e México não foram afetados pela nova lei mexicana, que elevou tarifas de importação. O Congresso do México aprovou, no início de dezembro, um aumento de pelo menos 35% nas tarifas de importação para 1,4 mil produtos provenientes de 12 países sem acordos comerciais diretos, incluindo Brasil e China — este último o principal impactado. A previsão é que as novas tarifas entrem em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026.
A medida foi aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado mexicano no mesmo dia. O partido da presidente Claudia Sheinbaum, que defende as tarifas como forma de impulsionar a produção nacional, controla ambas as Casas legislativas.
"Todo o acordo automotivo está fora, totalmente fora", ressaltou Alckmin. Ele apresentou uma estimativa de impacto: em 12 de dezembro, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) calculou que as novas medidas tarifárias do México podem afetar US$ 1,7 bilhão (14,7%) das exportações brasileiras ao México em 2024.
"O que se imaginava anteriormente que teria um impacto de US$ 1,6 bilhão nas exportações, na realidade está em torno de US$ 600 milhões essa nova lei mexicana", detalhou o vice-presidente.
Alckmin relatou que, nesta quinta-feira, 18, manteve diálogo com o embaixador do México no Brasil, Carlos García de Alba Zepeda, e demonstrou otimismo quanto a avanços nas relações bilaterais. "Quando estive no México com a presidenta Claudia, acertamos um cronograma. Não é de livre comércio, não é Mercosul, não é União Europeia, mas sim aumentar as linhas tarifárias de preferência", explicou.
Segundo ele, a expectativa é que o Brasil alcance, até julho de 2026, um entendimento para ampliar as chamadas linhas tarifárias de preferência com o México e outros países. "O mesmo trabalho está sendo feito com a Índia. A Índia não é acordo de livre comércio, mas é ampliar as linhas tarifárias de preferência. Já Canadá e Emirados Árabes, (os acordos) estão sendo discutidos para avançar mais em direção ao livre comércio", acrescentou.
EUA
Sobre o aumento das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, Alckmin destacou que atualmente apenas 22% das exportações nacionais (cerca de US$ 8,8 bilhões em 2024) estão sujeitas à sobretaxa de 50%.
"Não perdemos competitividade, a não ser para quem está dentro dos Estados Unidos", avaliou. Ele ressaltou que o foco nas negociações é importante, pois os produtos tarifados são, em sua maioria, industriais, com maior dificuldade de inserção em outros mercados devido à sua customização. "O empenho é continuar esse trabalho para conquistarmos novos avanços em sequência", concluiu.
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