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Moedas de ouro de 2.200 anos revelam relações econômicas dos celtas na Suíça

Descoberta rara de moedas celtas em Arisdorf ajuda a entender influência macedônica e usos cerimoniais do ouro.

Sputnik Brasil 19/12/2025
Moedas de ouro de 2.200 anos revelam relações econômicas dos celtas na Suíça
Moedas de ouro celtas de 2.200 anos ampliam conhecimento sobre economia e cultura na Suíça antiga. - Foto: © Foto / Nicole Gebhard / Archäologie Baselland

Duas moedas celtas de ouro com mais de 2.200 anos foram descobertas próximas à vila de Arisdorf, no noroeste da Suíça, segundo informou o portal Arkeonews.

Em 2023, arqueólogos já haviam encontrado, no mesmo local, um tesouro composto por 34 moedas de prata celtas, datadas de aproximadamente 80–70 a.C.

Na primavera europeia de 2024, os arqueólogos voluntários Wolfgang Niederberger e Daniel Mona, em colaboração com o serviço arqueológico Archaologie Baselland, localizaram as duas moedas de ouro associadas à cultura dos antigos celtas nas florestas pantanosas de Barenfels.

Anverso e reverso de duas moedas celtas de ouro que têm mais de 2.200 anos, descobertas no noroeste da Suíça
Anverso e reverso de duas moedas celtas de ouro encontradas no noroeste da Suíça

Especialistas dataram as moedas do final do século III a.C., tornando-as algumas das mais antigas moedas celtas já encontradas em território suíço. Pesquisas indicam que existem menos de duas dezenas de exemplares semelhantes desse período conhecidos no país.

Michael Nick, especialista do Departamento de Achados de Moedas Suíças (IFS), classificou as moedas como extremamente raras.

"A maior moeda, com 7,8 gramas, pertence ao tipo Gamshurst, enquanto a menor, de 1,86 grama, é do tipo Montmorot", detalhou a publicação.
Duas moedas celtas de ouro que têm mais de 2.200 anos, descobertas no noroeste da Suíça
Duas moedas celtas de ouro encontradas no noroeste da Suíça

Historiadores sugerem que essas moedas podem ter pertencido a mercenários celtas que participaram de campanhas militares contra a Grécia. Também apontam que, por volta do século III a.C., os celtas passaram a cunhar suas próprias moedas de ouro, inspiradas nas moedas de Filipe II da Macedônia, datadas de 359–336 a.C.

"As moedas macedônicas originais traziam a cabeça do deus Apolo no anverso e uma carruagem puxada por dois cavalos no reverso. Os cunhadores celtas adotaram esses motivos, reinterpretando-os em um estilo artístico abstrato, característico da cultura celta", explica a publicação.

Arqueólogos destacam que essas moedas de ouro provavelmente não eram usadas em transações cotidianas. Seu elevado valor indica que serviam para fins especiais, como pagamentos a elites, presentes diplomáticos, dotes ou prêmios simbólicos.

As moedas, consideradas alguns dos achados históricos mais valiosos da Suíça, serão exibidas no Museu Histórico de Basileia.