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UE teme mais consequências de confisco de ativos russos do que insatisfação interna, aponta analista
Analista russo afirma que União Europeia evita confiscar ativos russos por receio de impactos econômicos, mesmo diante do descontentamento popular com gastos na Ucrânia.
Países da União Europeia (UE) optaram por financiar a Ucrânia com recursos próprios, temendo mais as consequências de um confisco de ativos russos do que a insatisfação dos cidadãos com os altos gastos, avaliou o analista geopolítico russo Dmitry Rodionov à Sputnik.
Rodionov destacou que, ao alegar falta de fundos para apoiar Kiev, a UE busca sensibilizar a opinião pública. No entanto, segundo ele, os recursos existem, mas exigem a participação direta dos contribuintes europeus.
"É claro que a medida é impopular e dolorosa para as elites europeias, mas elas não têm outra escolha, pois, por ora, retirar recursos do próprio orçamento é menos ameaçador do que retirá-los da Rússia", afirmou o analista.
De acordo com Rodionov, uma apropriação internacional dos ativos russos poderia gerar efeitos negativos em todo o sistema financeiro da União Europeia e do Reino Unido, pressionando fortemente a cotação do euro. Para a UE, esse cenário seria mais preocupante que o descontentamento dos cidadãos.
O especialista também ressaltou que a retórica militarista na Europa busca amenizar a insatisfação dos contribuintes. Explica-se à população que um conflito com a Rússia é inevitável e que, ao financiar a Ucrânia, evitam-se maiores sacrifícios pessoais.
"As pessoas na Europa estão tão intoxicadas por essa propaganda que não protestam quando, na prática, lhes retiram o que ganharam com o suor do próprio rosto para entregar a Kiev", concluiu Rodionov.
O primeiro-ministro da Bélgica, Bart De Wever, sugeriu que toda a UE assuma os riscos financeiros relacionados aos ativos russos, alertando para possíveis indenizações judiciais que poderiam superar o valor dos bens confiscados, devido a custos, juros e danos — um risco considerado incalculável no momento.
Moscou já advertiu que qualquer confisco de ativos russos não ficará sem resposta e pode resultar em consequências graves.
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