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Dirigente do Fed afirma não haver urgência para novas reduções de juros nos EUA
John Williams, presidente do Fed de Nova York, avalia que política monetária está adequada e aguarda mais dados antes de novas decisões.
O presidente do Federal Reserve (Fed) de Nova York, John Williams, declarou nesta sexta-feira, 19, em entrevista à CNBC, que não vê "senso de urgência" para novas mudanças na política monetária dos Estados Unidos. Segundo Williams, o atual posicionamento do Fed está "em um bom lugar" para analisar os próximos dados econômicos.
"A política monetária é moderadamente restritiva e tem alguma margem para retornar ao ponto de neutralidade. Na minha opinião, a taxa de juros real neutra fica um pouco abaixo de 1% e estamos um pouco acima dela", explicou o dirigente.
Williams ressaltou que, com a inflação acima da meta, a abordagem atual é "útil". Ele acredita que os juros devem cair ainda mais no futuro, mas, no momento, prefere observar o desempenho da economia. O presidente do Fed de Nova York afirmou estar "bastante confiante" no cenário econômico base, apesar de considerar 2025 um ano incerto.
Para Williams, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA em 2024 deve ficar entre 1% e 1,5%, com uma recuperação mais robusta prevista para 2026. Ele destacou que o aumento da produtividade é positivo e, se mantido, pode contribuir para a redução da inflação.
O dirigente também comentou sobre o impacto da inteligência artificial (IA) no mercado de trabalho, prevendo transformações na forma de trabalhar. No entanto, ele não considera que a IA represente um risco sistêmico ao sistema financeiro. "Se precisarmos ajustar a política monetária por causa da IA, faremos isso, mas o foco deve ser a economia e o duplo mandato do Fed", afirmou.
Williams esclareceu ainda que o banco central norte-americano não está realizando flexibilização quantitativa com compra de ativos no momento. Segundo ele, o atual programa de compras do Fed "não tem como objetivo influenciar as taxas de juros de longo prazo".
Dados econômicos e inflação
O presidente do Fed de Nova York avaliou como "encorajadores" os recentes dados econômicos dos EUA, indicando uma tendência de desinflação. No entanto, demonstrou cautela ao comentar a última leitura do índice de preços ao consumidor (CPI), citando possíveis distorções devido à coleta de dados pelo Escritório de Estatísticas de Trabalho (BLS).
"Os dados do CPI de novembro podem ter sido ligeiramente reduzidos e apresentaram algumas distorções. Serão necessários mais dados de mais 'um ou dois meses' para se ter uma leitura precisa da inflação; a de dezembro trará maior clareza", explicou Williams.
Sobre o mercado de trabalho, ele observou que a taxa de desemprego pode ter sido "inflada por distorções, talvez em um décimo", mas não há sinais de deterioração acentuada nos dados de emprego.
"Os dados são, em geral, consistentes com as tendências recentes e com o recente corte da taxa de juros pelo Fed. Eles não alteram minha visão sobre as perspectivas", concluiu.
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