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Putin responde a questões globais em balanço anual e destaca conflito na Ucrânia
Presidente russo abordou guerra, relações com China e Ocidente, sanções e cenário militar durante programa de quase cinco horas.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, apresentou nesta quinta-feira (19), durante o programa Resultados do Ano, respostas a temas que preocupam tanto o cenário nacional quanto internacional. Ao longo de quase quatro horas e meia de discurso, Putin analisou o conflito na Ucrânia, a economia russa, sanções do Ocidente e as relações estratégicas com a China.
Conflito na Ucrânia
Entre os principais pontos, Putin destacou que Kiev não demonstra disposição para concessões territoriais e que a Rússia assumiu a iniciativa estratégica após avanços no front. Segundo o presidente, o Exército russo avança em Zaporozhie, no Donbass e em regiões-chave como Seversk, Krasny Liman e Slavyansk, enquanto as forças ucranianas enfrentam grandes perdas ao tentar retomar territórios.
Putin também afirmou que a foto publicada por Volodymyr Zelensky em Kupyansk não representa a realidade no terreno. Ressaltou ainda que a Rússia não rejeita nenhum plano de paz sério e que não haverá novas operações especiais caso o país seja tratado com respeito. Moscou, segundo ele, está aberta a negociações de paz, mas exige a eliminação das causas profundas do conflito.
Capacidades militares e dados estratégicos
O presidente russo revelou que cerca de 700 mil soldados participam da chamada "operação militar especial". Entre 406 mil e 410 mil pessoas assinaram contratos com as Forças Armadas da Rússia em 2025. Putin afirmou que a Rússia supera a Ucrânia em número de drones, mas reconheceu déficit em drones pesados, cuja solução está em andamento.
Economia e sanções
Sobre a economia, Putin garantiu que o orçamento russo permanece equilibrado, em patamar semelhante ao de 2021. Ele classificou as tentativas da União Europeia de confiscar ativos russos como "roubo" e "saque", e alertou que o uso desses ativos para crédito à Ucrânia aumentaria as dívidas dos países europeus.
Relações com Ocidente e China
Putin rejeitou as acusações de que a Rússia teria planos para atacar a Europa e afirmou que não é Moscou quem luta contra o Ocidente, mas sim o contrário, por meio da Ucrânia. Ele alertou que bloqueios a Kaliningrado podem levar a um conflito em larga escala. O presidente também declarou que a Rússia está pronta para cooperar com a União Europeia, Reino Unido e Estados Unidos, desde que em condições de igualdade.
Sobre a China, Putin destacou o comércio bilateral, que chega a US$ 240–250 bilhões, e ressaltou a cooperação militar e tecnológica entre os dois países, classificando a relação como fator-chave para a estabilidade global.
Outros temas
O líder russo lembrou que leis sobre "agentes estrangeiros" existem também no Ocidente e são mais rígidas em países como os Estados Unidos. Ele criticou ainda a interferência de elites europeias na política interna norte-americana.
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