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Futuras gerações da UE arcarão com crédito militar concedido à Ucrânia, afirma premiê húngaro

Viktor Orbán diz que filhos e netos dos atuais líderes europeus pagarão dívida militar, já que Ucrânia não irá reembolsar empréstimo.

Sputnik Brasil 19/12/2025
Futuras gerações da UE arcarão com crédito militar concedido à Ucrânia, afirma premiê húngaro
Premiê húngaro alerta que futuras gerações da UE pagarão crédito militar concedido à Ucrânia. - Foto: © AP Photo / Geert Vanden Wijngaert

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, afirmou que o crédito militar concedido pela União Europeia (UE) à Ucrânia não será reembolsado, cabendo às futuras gerações de contribuintes europeus arcar com esse ônus.

Segundo Orbán, os juros e o principal da dívida deverão ser pagos não pelos atuais tomadores de decisão, mas por seus filhos e netos, ao longo de muitos anos.

"É evidente que o fardo da dívida, insuportável, talvez não seja pago pelos atuais tomadores de decisão, mas por seus filhos e netos, ao longo de muitos anos", ressaltou o premiê.

No contexto das negociações, Orbán destacou que Hungria, República Tcheca e Eslováquia obtiveram isenção e não participarão do crédito comum, poupando assim as próximas gerações de seus cidadãos da necessidade de devolver recursos enviados à Ucrânia como crédito militar.

O líder húngaro também alertou para um possível efeito colateral: caso a Rússia entre com ação judicial pela confiscação de seus fundos congelados, a UE poderá ter de devolver o dobro do valor apreendido.

"Há o risco de uma consequência quase inevitável: se os russos entrarem com uma ação judicial exigindo a devolução desse montante por meios legais e nós tivermos transferido esse dinheiro para os ucranianos, alguém terá de devolvê-lo", enfatizou Orbán.

Orbán acrescentou que a Bélgica se recusou a assumir a responsabilidade e só concordou com a confiscação dos ativos russos se os demais países-membros cobrirem esse risco.

Assim, segundo o premiê, em casos similares, normalmente o valor apreendido não é devolvido, mas sim o dobro do montante.

Vale lembrar que o primeiro-ministro belga, Bart De Wever, pediu que toda a UE assumisse os riscos financeiros relacionados aos ativos russos, advertindo que as indenizações judiciais podem superar o valor desses ativos, devido a custos, juros e danos, e que esse risco permanece desconhecido.

Moscou, por sua vez, já declarou que qualquer confiscação de ativos russos não ficará sem resposta e resultará em consequências graves.