O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quinta-feira, 18, que solicitou aos dirigentes sindicais uma mobilização em defesa do fim da jornada de seis dias de trabalho por um de folga, conhecida como escala 6x1. As declarações foram feitas durante conversa com jornalistas no Palácio do Planalto, em Brasília.

"Eu tive a sorte de ser dirigente sindical durante um bom tempo e fui um dos dirigentes sindicais que encabeçou durante muito tempo a luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas. E eu acho que o País está pronto e a economia está pronta para o fim da escala 6x1", afirmou o presidente.

Lula acrescentou: "Não existe um único argumento que possa dizer que a sociedade brasileira não está pronta. Porque, se nos anos 80, a gente já queria reduzir a jornada de trabalho, e já fazem então 45 anos, a gente tem que medir os avanços tecnológicos desses 45 anos."

O presidente relatou ter sugerido aos sindicalistas que levem uma proposta ao Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, fórum de diálogo que assessora o governo e discute políticas públicas com representações da sociedade. "Eu disse aos dirigentes sindicais: eu não quero tomar iniciativa do Poder Executivo e mandar um projeto de lei do governo. Eu preciso ser provocado. Então, já pedi para os dirigentes sindicais: vão para a porta da fábrica, façam a proposta e tragam para mim a proposta. Vai no Conselhão, organizado pela Gleisi Hoffmann, faça a proposta no Conselhão, que quando eu tiver a proposta, eu mandarei para o Congresso Nacional", explicou.

Atualmente, a discussão tramita na Câmara dos Deputados por meio de propostas de emenda à Constituição (PECs). No entanto, nesta semana, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que não é necessária uma PEC para reduzir a jornada 6x1. Governistas têm apontado que o tema será uma das principais pautas da campanha de reeleição de Lula em 2026.