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Bloqueio dos EUA ao petróleo venezuelano pode fortalecer mercados asiáticos
Analista destaca que restrições americanas tendem a agravar crise na Venezuela e impulsionar laços asiáticos, especialmente com a China.
O bloqueio de petróleo imposto pelos Estados Unidos à Venezuela visa enfraquecer politicamente o presidente Nicolás Maduro e pode aprofundar a crise social no país, segundo o professor Vinicius Vieira, em entrevista à Sputnik Brasil. O especialista também alerta para possíveis impactos nos mercados globais e para o aumento da tensão diplomática entre China e EUA.
De acordo com Vinicius Vieira, professor associado de Economia e Relações Internacionais da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), um dos principais objetivos do bloqueio é criar divisões dentro da elite política venezuelana, enfraquecendo o governo Maduro.
"A miséria do povo venezuelano provavelmente aumentará" devido ao bloqueio naval de petróleo imposto pelos EUA, afirmou o analista, ressaltando que a economia do país depende essencialmente das exportações de petróleo.
Mercado global em alerta
Vieira, que também leciona na Fundação Getúlio Vargas (FGV), destaca que a Venezuela possui as maiores reservas de petróleo do mundo, o que pode gerar impactos relevantes nos preços internacionais do produto.
"Dadas as importantes parcerias econômicas da Venezuela e os países que dependem de suas exportações de petróleo, pode-se esperar um impacto nesses mercados", avaliou o acadêmico.
Segundo ele, a Venezuela exporta petróleo para a China e outros mercados asiáticos, que vêm se tornando menos dependentes dos Estados Unidos, cenário que pode desencadear instabilidades.
Diplomacia e tensões
Considerando que a China é o maior credor da Venezuela e uma das principais compradoras do petróleo venezuelano, Vieira acredita que haverá negociações diplomáticas entre China e EUA para mitigar possíveis efeitos do bloqueio.
O especialista ainda observa que o ex-presidente Donald Trump ignorou a Venezuela em seu discurso de fim de ano, priorizando temas de maior apelo ao público norte-americano. "Trump cobre todas as atualizações sobre operações militares contra a Venezuela em suas redes sociais, tornando uma menção formal redundante", concluiu Vieira.
Por Sputnik Brasil
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