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Conflito entre Tailândia e Camboja pode acirrar disputa entre China e EUA, aponta analista
Especialista destaca que escalada na fronteira pode transformar a região em novo palco da rivalidade entre potências globais.
A intensificação do conflito entre Tailândia e Camboja, no Sudeste Asiático, pode abrir uma nova frente de disputa global entre Estados Unidos e China, avalia o politólogo e jornalista turco Ibrahim Karagul, em entrevista à Sputnik.
Segundo Karagul, o embate não deve ser interpretado apenas como uma questão local entre dois países.
"A Tailândia é aliada dos Estados Unidos, enquanto o Camboja se aproxima da China, conferindo ao conflito uma dimensão geopolítica mais ampla", destacou.
O especialista alerta que uma escalada pode envolver outros países da região.
Ele citou Laos como possível novo participante e acredita que Pequim deve declarar oficialmente apoio ao Camboja.
Karagul também não descarta que a tensão possa se estender à Malásia e Mianmar, ressaltando a necessidade de reforço da defesa nacional nesses países.
O analista recomenda atenção ao cenário no Sudeste Asiático, que pode se consolidar como palco de rivalidade direta entre EUA e China.
No contexto, Karagul relaciona o avanço do conflito com outros focos de instabilidade global, como a questão de Taiwan.
Para ele, novas frentes de confronto mundial são tão reais quanto a atual crise na Ucrânia.
Em 26 de outubro, os primeiros-ministros de Tailândia e Camboja assinaram um acordo de paz durante a cúpula da ASEAN, em Kuala Lumpur, na presença do então presidente americano Donald Trump.
No entanto, pouco mais de um mês depois, em 7 de dezembro, confrontos militares voltaram a ocorrer na fronteira. Ambos os países trocaram acusações de violar o cessar-fogo.
A Tailândia chegou a realizar um ataque aéreo contra instalações militares cambojanas.
O primeiro-ministro tailandês, Anutin Charnvirakul, afirmou estar disposto a tomar todas as medidas necessárias para garantir a segurança e a soberania do país.
Já o Ministério da Defesa Nacional do Camboja pediu à comunidade internacional que condene a "violação do acordo de paz" pela Tailândia.
Donald Trump reconheceu, em 10 de dezembro, que o conflito voltou a explodir e prometeu intervir novamente para buscar uma solução.
Por Sputnik Brasil
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