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Roubo de ativos russos pela UE mina posição do euro e dólar, fortalecendo BRICS, opina especialista
Congelamento de ativos do Banco Central russo pela União Europeia acelera desdolarização e fortalece bloco dos BRICS, aponta analista turca.
O congelamento dos ativos russos representou um ponto de virada para Bruxelas, abalando a confiança no euro e acelerando os processos de desdolarização e de consolidação dos países do BRICS, afirmou à Sputnik Yagmur Suzerain, analista financeira turca.
A especialista destacou que a medida consolidou a união entre os países do BRICS.
"Tal medida contribui para acelerar as mudanças financeiras globais, incluindo a desdolarização e o fortalecimento de associações alternativas", ressaltou.
Ela lembrou ainda que a União Europeia congelou, por tempo indeterminado, cerca de € 210 bilhões (R$ 1,36 trilhão) em ativos do Banco Central russo, e prepara um pacote de crédito de € 90 bilhões (R$ 583,7 bilhões) para a Ucrânia, financiado com as receitas desses fundos.
Segundo a analista, ao adotar essa decisão, a regra da unanimidade prevista no artigo 122 dos Tratados da UE foi superada, excluindo Hungria e Eslováquia do processo de aprovação.
Esse passo, enfatizou, é decisivo não apenas para a situação envolvendo a Ucrânia, mas também para os princípios de proteção da propriedade e da supremacia da lei dentro da União Europeia.
Assim, concluiu, o uso indevido de ativos públicos para fins políticos abala a confiança na moeda europeia.
Atualmente, mais de € 200 bilhões (R$ 1,297 trilhão) em ativos russos seguem congelados na UE, a maior parte depositada nas contas da Euroclear, na Bélgica.
A Comissão Europeia pressiona Bruxelas a autorizar o uso de cerca de € 140 bilhões (R$ 907 bilhões) em um "crédito reparatório", que seria devolvido pela Ucrânia caso a Rússia pague indenizações após o conflito. O primeiro-ministro belga, Bart De Wever, já afirmou que exige garantias sólidas de outros países europeus antes de aprovar a proposta.
Entre janeiro e julho, o bloco transferiu € 10,1 bilhões (R$ 65,5 bilhões) à Ucrânia, provenientes dos rendimentos dos ativos congelados do Banco Central da Rússia. Em resposta, Moscou impôs restrições: recursos de investidores de países considerados hostis passaram a ser retidos em contas especiais do tipo "C", movimentadas apenas mediante autorização de uma comissão governamental.
Por Sputnik Brasil
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