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Importações atingem 26,7% do consumo nacional em 2024, impulsionadas pela China

Levantamento da CNI aponta recorde histórico na presença de produtos estrangeiros no mercado brasileiro, com destaque para itens chineses.

18/12/2025
Importações atingem 26,7% do consumo nacional em 2024, impulsionadas pela China
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

A participação dos produtos importados no consumo dos brasileiros alcançou 26,7% em 2024, estabelecendo um novo recorde na série histórica de 22 anos do estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Funcex.

Apesar da valorização do dólar, que costuma desestimular compras externas, as importações ganharam fôlego em meio à recuperação da demanda interna. Desde 2003, primeiro ano da série, a fatia de importados no consumo nacional dobrou, passando de 13,4% para 26,7%.

O principal impulso veio das compras de produtos chineses, que chegaram a representar 9,2% do mercado brasileiro — mais que o dobro do percentual registrado há dez anos (4,3%). A China ampliou sua presença em segmentos como carros híbridos e elétricos, além de vestuário adquirido por meio de plataformas internacionais.

Segundo o estudo da CNI, houve aumento significativo na importação de máquinas, equipamentos e aparelhos de informática oriundos da China, além da forte presença de produtos têxteis chineses no consumo brasileiro.

Em contraste, as exportações brasileiras perderam espaço na indústria nacional. Em 2024, a parcela da produção destinada ao exterior caiu para 18,9%, ante 19,3% em 2023, interrompendo a tendência de recuperação pós-pandemia. Os números ainda não refletem os impactos das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, principal destino das exportações industriais do Brasil.

A CNI conclui que os dados evidenciam as dificuldades da indústria brasileira para competir tanto no mercado interno quanto externo. Para Constanza Negri, gerente do departamento de comércio e integração internacional da CNI, os resultados acendem um sinal de alerta.

"Na nossa avaliação, esses indicadores mostram que persiste uma série de desafios estruturais para melhorar a competitividade e a qualidade da integração da indústria brasileira no comércio internacional. São desafios que afetam a capacidade da indústria de competir no próprio mercado brasileiro e, ao mesmo tempo, de ganhar escala e espaço nos mercados externos", afirma.