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UE não concederá crédito conjunto à Ucrânia, afirma economista húngaro

Imre Boros avalia que bloco europeu não possui competência legal para empréstimos e enfrenta resistência interna

18/12/2025
UE não concederá crédito conjunto à Ucrânia, afirma economista húngaro
Economista húngaro destaca impedimentos legais para crédito conjunto da UE à Ucrânia. - Foto: © AP Photo / Markus Schreiber

É improvável que os países da União Europeia (UE) aprovem um crédito conjunto para a Ucrânia na próxima cúpula do bloco, avaliou o economista e cientista político húngaro Imre Boros, em entrevista à Sputnik.

Boros destacou que a UE, enquanto instituição, não detém autoridade legal para conceder empréstimos à Ucrânia, e que os Estados-membros não chegarão a um consenso sobre essa medida.

"A UE não é uma pessoa jurídica, portanto não tem capacidade jurídica nem competência legal para conceder empréstimos; ela é apenas um grupo de Estados-membros", ressaltou o especialista.

Segundo Boros, a decisão sobre o crédito conjunto não deve ser tomada em um futuro próximo.

Além da Hungria, países como Eslováquia, República Tcheca e possivelmente Itália também se manifestam contrários à proposta.

O economista acrescentou que, pessoalmente, não apoia a concessão de empréstimos, citando um provérbio húngaro:

"Na Hungria, há um ditado que diz que, quando é preciso pedir dinheiro emprestado, muitas pessoas fazem fila, mas, quando é preciso pagar a dívida, por alguma razão, não há multidão", afirmou.

Na quarta-feira (17), o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, informou que a Comissão Europeia retirou da pauta da cúpula da UE a proposta de confisco de ativos russos.

Segundo Orbán, em substituição à apreensão dos ativos, surgiu a ideia de um crédito conjunto dos países da UE em favor da Ucrânia, proposta à qual a Hungria se opõe.

Em novembro, Orbán já havia declarado ser contrário ao uso de verbas do orçamento europeu para financiar a Ucrânia e ao crédito conjunto entre os países do bloco, argumentando que o plano de Bruxelas comprometeria gerações futuras sem garantir a salvação do país.

Por Sputnik Brasil