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Físico português que dirigia laboratório no MIT morre baleado nos EUA

17/12/2025
Físico português que dirigia laboratório no MIT morre baleado nos EUA
- Foto: Reprodução

A polícia de Massachusetts intensificou nesta quarta-feira, 17, as buscas pelo suspeito do assassinato do professor português Nuno F. G. Loureiro, que dirigia um laboratório no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), dois dias após ele ter sido baleado em sua casa nos arredores de Boston, nos Estados Unidos. O MIT é considerado é uma das melhores instituições de ensino superior do mundo.

Loureiro, físico especializado em fusão nuclear de 47 anos, foi baleado na noite de segunda-feira, 15, em seu apartamento em Brookline, Massachusetts. Ele morreu em um hospital local na terça-feira, 16, informou o Ministério Público do Distrito de Norfolk em comunicado.

O Ministério Público informou que a investigação do homicídio estava "ativa e em andamento" na tarde desta quarta-feira e que não havia novidades - anteriormente, eles haviam informado que nenhum suspeito estava sob custódia. As autoridades também não comentaram sobre um possível motivo para o crime.

A investigação sobre o assassinato do professor do MIT ocorre no momento em que a Brown University, outra instituição de prestígio localizada a apenas 80 quilômetros de distância, em Providence, Rhode Island, ainda se recupera de um tiroteio não resolvido que matou dois estudantes e feriu outros nove no último sábado, 13. Os investigadores não deram nenhuma indicação na terça-feira de que estivessem mais perto de identificar o atirador. No mesmo dia, o FBI afirmou não ter conhecimento de qualquer ligação entre os crimes.

Loureiro ingressou no MIT em 2016 e foi nomeado em 2024 para liderar o Centro de Ciência de Plasma e Fusão da universidade, onde trabalhou para promover a tecnologia de energia limpa e outras pesquisas. O centro, um dos maiores laboratórios da instituição, tinha mais de 250 pessoas trabalhando em sete prédios quando ele assumiu o comando.

Loureiro era casado, cresceu em Viseu, no centro de Portugal, e estudou em Lisboa antes de obter um doutorado em Londres, de acordo com o MIT. Ele era pesquisador em um instituto de fusão nuclear em Lisboa antes de ingressar no MIT, informou a universidade.

Loureiro estudou o comportamento do plasma e trabalhou para explicar a física por trás de fenômenos astronômicos, como erupções solares. Sua pesquisa, de acordo com seu obituário no site de notícias do MIT, "envolvia o projeto de dispositivos de fusão que poderiam aproveitar a energia da fusão de plasmas, aproximando da realidade o sonho de uma energia de fusão limpa e quase ilimitada".

"Não é exagero dizer que o MIT é o lugar onde se vai para encontrar soluções para os maiores problemas da humanidade", disse Loureiro ao site de notícias da instituição quando se tornou chefe do laboratório de plasma. "A energia de fusão mudará o curso da história da humanidade."

Dezenas de pessoas se reuniram em frente ao prédio de Loureiro na noite de terça-feira, muitas com velas nas mãos, para homenagear a vida do professor e apoiar sua família. Os vizinhos receberam avisos em papel colados com fita adesiva em suas portas para colocarem velas nas janelas em homenagem a Loureiro.

Algumas pessoas choravam e se abraçavam, mas a maioria dos participantes permanecia em silêncio, com a respiração visível no frio intenso. Algumas crianças foram de patinete de suas casas próximas até o local da reunião.

"Ele era brilhante como mentor, amigo, professor, colega e líder, e era universalmente admirado por sua maneira articulada e compassiva", disse Dennis Whyte, professor de engenharia que anteriormente liderou o Centro de Ciência do Plasma e Fusão do MIT, a uma publicação do campus.

A presidente do MIT, Sally Kornbluth, disse em comunicado que o assassinato foi uma "perda chocante". O gabinete do presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, também divulgou um comunicado de condolências, chamando a morte de Loureiro de "uma perda irreparável para a ciência e para todos aqueles com quem ele trabalhou e conviveu".

Uma estudante de 22 anos da Universidade de Boston, que mora perto do apartamento de Loureiro em Brookline, disse ao jornal The Boston Globe que ouviu três barulhos altos na noite de segunda-feira e temeu que fossem tiros. "Eu nunca tinha ouvido nada tão alto, então presumi que fossem tiros", disse Liv Schachner, segundo o jornal. "É difícil de entender. Parece que isso continua acontecendo."

*Com informações da Associated Press.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.