O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nesta quarta-feira (16), a robotização no mercado de trabalho e afirmou que, com o avanço da tecnologia, "cresceu o desemprego, a favela, a miséria". Lula citou que grandes empresas do setor automotivo, no passado, tinham 40 mil trabalhadores e produziam 1.200 carros por ano, enquanto hoje contam com 12 mil funcionários e produzem o dobro de veículos. "Quem ganhou? Não foram os trabalhadores", destacou.

Por esse motivo, argumentou o presidente, a redução da jornada de trabalho não deveria nem ser discutida; segundo ele, os próprios empresários deveriam propor a medida.

Lula defendeu que o contexto atual exige profissionalismo e pragmatismo de sua equipe. Ele afirmou que a disputa eleitoral do próximo ano será contra um adversário que, em sua visão, não teria "o mesmo perfil de compromisso com a sociedade". "Qual é o perfil de um dos possíveis candidatos, e outros que não são candidatos ainda, têm? O povo vai voltar a ser invisível, porque essa gente não enxerga o povo", declarou.

"O momento que nós estamos vivendo exige que sejamos mais profissionais e mais pragmáticos. Até hoje não conversei com vocês sobre política. Um monte de vocês eu nem conhecia, ou conhecia de jornal. Quando trago alguém para ser meu parceiro, estabeleço relação de confiança", afirmou Lula durante reunião ministerial nesta quarta-feira, na Granja do Torto.