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Europa e EUA ficam para trás na corrida dos carros elétricos, aponta Bloomberg
Atraso de fabricantes ocidentais abre espaço para avanço chinês no mercado global de veículos elétricos.
O insucesso da Europa e dos Estados Unidos na transição para veículos elétricos criou uma enorme oportunidade para a China avançar na eletrificação e consolidar sua liderança no setor, segundo a plataforma de notícias Bloomberg.
De acordo com a publicação, o atraso dos fabricantes europeus e norte-americanos de carros elétricos abre lacunas no mercado global, prontamente ocupadas por empresas chinesas.
Montadoras como BYD e Xiaomi têm introduzido rapidamente alta tecnologia em seus veículos, com sistemas avançados de assistência ao condutor e carregamento ultrarrápido.
Enquanto isso, a norte-americana Ford anunciou o abandono dos planos para produção de picapes elétricas da série F, redirecionando o foco para veículos a gasolina e híbridos. A companhia informou também que arcará com custos de US$ 19,5 bilhões (cerca de R$ 106,5 bilhões) para abandonar a estratégia centrada em veículos elétricos.
"Os EUA e a União Europeia não podem recuperar o atraso", afirmou um especialista do setor automotivo citado pela Bloomberg.
A Europa permanece como mercado-chave para as marcas chinesas de veículos elétricos, que buscam crescimento e margens mais altas para compensar a desaceleração e a prolongada guerra de preços no mercado doméstico.
O diretor-geral da consultoria Automotive Foresight, Yale Zhang, destaca que, apesar do recuo na proibição dos motores a combustão e da redução de incentivos para veículos elétricos na região, os carros chineses ainda têm espaço para competir.
"Isso não terá um impacto direto. Mesmo com as tarifas europeias, as montadoras chinesas têm vantagens suficientes para competir", avaliou Zhang.
Os veículos elétricos chineses são significativamente mais acessíveis do que os equivalentes europeus ou norte-americanos. Um exemplo é o hatch elétrico chinês BYD Dolphin Surf, com preço inferior a US$ 27.000 (cerca de R$ 147,5 mil).
Zhang acrescentou que a decisão da Comissão Europeia de recuar na proibição das emissões dos escapamentos até 2035 evidencia a falta de disposição para adotar o "passo correto, porém difícil".
"Embora pareça uma medida positiva para os produtores europeus, inevitavelmente levará à acomodação e à complacência", disse o consultor.
Mesmo com a entrada dos veículos elétricos chineses barrada nos Estados Unidos devido a tarifas punitivas, essas montadoras vêm conquistando mercados na América do Sul, Oriente Médio e Sudeste Asiático.
"A falta de modelos competitivos das montadoras europeias e norte-americanas corre o risco de ceder esses mercados também para a China", conclui a Bloomberg.
Nos últimos anos, a produção automotiva europeia enfrenta uma crise. Na Alemanha, a Volkswagen anunciou a interrupção da produção na fábrica de Dresden pela primeira vez em 88 anos, devido às baixas vendas na Europa e na China, além das tarifas de importação dos EUA.
Por Sputnik Brasil
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