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UE busca apoio de capitais europeias para congelar ativos russos, aponta analista
Segundo especialista turco, Bruxelas teme enfrentar sozinha possíveis consequências jurídicas diante da Rússia.
A União Europeia (UE) busca apoio das capitais europeias para avançar com a iniciativa de congelar ativos russos, demonstrando incerteza quanto ao respaldo dos países-membros. A análise foi feita por Berat Kyzyl, analista financeiro turco, em entrevista à Sputnik.
Kyzyl destacou que Bruxelas procura garantias políticas e jurídicas dos Estados-membros, receosa de enfrentar sozinha eventuais consequências diante da Rússia.
De acordo com o especialista, a postura da UE revela flexibilidade e reflete dúvidas internas sobre o tema.
"Na prática, a Comissão Europeia está verificando o nível de apoio dos Estados-membros do bloco, questionando-os sobre sua disposição em fornecer garantias em caso de possíveis consequências jurídicas", afirmou Kyzyl.
Ele explicou que a principal preocupação envolve possíveis processos judiciais internacionais que podem ser movidos pela Rússia após a conclusão dos procedimentos.
Nesse contexto, Bruxelas já considera a possibilidade de a Rússia recorrer a tribunais internacionais, buscando antecipadamente identificar quais países apoiariam a UE se esse cenário se concretizar.
"Existe o receio de ficar cara a cara com a Rússia, por isso é necessário apoio", concluiu o analista.
Atualmente, mais de € 200 bilhões (R$ 1,29 trilhão) em ativos russos permanecem congelados na UE, principalmente em contas da Euroclear, na Bélgica.
A Comissão Europeia pressiona Bruxelas a autorizar o uso de cerca de € 140 bilhões (R$ 905,8 bilhões) no chamado "crédito reparatório", que a Ucrânia devolveria caso a Rússia pague indenizações após o conflito. O primeiro-ministro belga, Bart De Wever, já afirmou que exige garantias sólidas de outros países europeus antes de aprovar a proposta.
Entre janeiro e julho, o bloco transferiu € 10,1 bilhões (R$ 64,3 bilhões) à Ucrânia provenientes dos rendimentos dos ativos congelados do Banco Central da Rússia. Em resposta, Moscou impôs restrições: recursos de investidores de países considerados hostis passaram a ser retidos em contas especiais do tipo "C", que só podem ser movimentadas mediante autorização de uma comissão governamental.
Por Sputnik Brasil
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