O presidente eleito do Chile, José Antonio Kast, classificou o mandatário venezuelano Nicolás Maduro como "narcoditador" nesta terça-feira, 16, em sua primeira polêmica midiática internacional após ser eleito.

"É um ditador, um narcoditador, que hoje está passando por momentos difíceis devido à pressão exercida pelos Estados Unidos e, certamente, por outros países, porque a exportação de drogas não é aceitável", declarou Kast antes de embarcar para a Argentina.

A declaração de Kast foi uma resposta direta às críticas e ironias de Maduro sobre as políticas migratórias do futuro governo chileno.

Maduro ironizou: "Você pode ser seguidor de Hitler e ter sido educado nos valores de Hitler, você pode ser pinochetista convicto e confesso, mas 'cuidado' se tocar um fio de cabelo de um venezuelano. Os venezuelanos devem ser respeitados!"

Deportações e política migratória

Kast venceu o segundo turno presidencial com 58% dos votos, derrotando a candidata de esquerda Jeannette Jara, e foi eleito sob a promessa de deportar cerca de 340 mil migrantes irregulares que vivem no Chile, a maioria deles venezuelanos.

O futuro presidente associa o aumento dos índices de criminalidade à migração irregular, especialmente à atuação de grupos criminosos estrangeiros, como o Tren de Aragua, de origem venezuelana, classificado pelos Estados Unidos como organização terrorista.

Em resposta, Maduro afirmou: "A migração venezuelana tem direitos", recomendando que seus compatriotas retornem ao país.

Kast tomará posse em 11 de março, tornando-se o primeiro presidente de extrema direita do Chile desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, há 35 anos. Ele é o caçula de dez filhos de um casal de alemães que emigrou para o Chile.

Investigações jornalísticas revelaram, em 2021, que o pai de Kast foi membro do partido nazista de Adolf Hitler. Kast, porém, afirmou que o pai foi recrutado à força pelo exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial e negou envolvimento com o nazismo.