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Ibovespa recua em meio a ruídos eleitorais, ata do Copom e cenário externo

Índice cai pressionado por incertezas políticas, postura do Banco Central e queda das bolsas globais; apenas sete ações sobem

16/12/2025
Ibovespa recua em meio a ruídos eleitorais, ata do Copom e cenário externo
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

O Ibovespa opera em queda desde o início da sessão desta terça-feira (16), influenciado por ruídos eleitorais, divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e cenário externo desfavorável. O petróleo recua 2% e as bolsas de Nova York abriram em baixa, enquanto investidores avaliam dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos. O ambiente é de aversão ao risco, com o dólar à vista em alta — chegando a R$ 5,4590 — e juros futuros também subindo.

Em contrapartida, o avanço de 1,06% do minério de ferro em Dalian, na China, impulsiona as ações da Vale, enquanto os demais papéis do setor de metais registram queda.

Mais cedo, foi divulgada a ata do Copom referente à decisão da semana passada, que manteve a taxa Selic em 15% ao ano. Também foram informados os dados do payroll americano de outubro e novembro.

Outro fator que preocupa os investidores são os ruídos políticos, especialmente antes da divulgação de pesquisas pela Quaest, previstas entre amanhã e quinta-feira, sobre a corrida presidencial e a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com Felipe Cima, analista da Manchester Investimentos, há rumores de que o resultado da pesquisa pode desagradar o mercado financeiro. "Soma-se a isso o tom duro da ata do Copom. O documento traça um cenário mais leve, mas a conclusão é a mesma: Selic no nível atual por um período prolongado", avalia.

A ata do Copom reconheceu uma melhora no cenário para convergência da inflação à meta, mas reforçou a postura "vigilante" do Banco Central, que não descarta elevar a taxa Selic novamente, se necessário. O documento também apontou que o cenário externo está "menos incerto" e observou, pela primeira vez, acomodação no mercado de trabalho.

"A ata destacou que o balanço de riscos aliviou em relação à última reunião, especialmente devido às tensões comerciais com os EUA e conflitos externos", afirma Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez.

Segundo Tavares, todos os fatores necessários para que o Banco Central inicie o ciclo de cortes de juros em janeiro foram apresentados, mas a instituição sinaliza que o início desse ciclo pode ocorrer apenas em março de 2026, conforme projeção da BGC.

Para Luis Otavio de Sousa Leal, economista-chefe da G5 Partners, a ata indica que o colegiado avançou "mais um passo" na condução da política monetária. Na avaliação dele, o ciclo de queda da Selic está próximo, podendo começar já em janeiro ou, no mais tardar, na reunião de março do Copom.

Na véspera, o Ibovespa fechou em alta de 1,07%, aos 162.481,74 pontos.

Às 11h29 desta terça-feira, o índice caía 1,14%, aos 160.622,64 pontos, após mínima de 160.153,50 pontos (-1,43%) e abertura na máxima de 162.481,74 pontos. Apenas sete ações registravam alta entre as 82 do índice, com destaque para Vale ON (+0,83%).