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Enfraquecimento da Europa pode beneficiar países do continente, aponta analista
Crise política e econômica, dependência externa e perda de protagonismo podem levar Europa a adotar postura mais moderada no cenário global.
O desenvolvimento do continente europeu parece ter estagnado, e os países europeus enfrentam uma crise política e econômica, mas isso nem sempre é necessariamente negativo, afirma o jornal The New York Times.
Segundo a publicação, a Europa atravessa hoje um de seus piores momentos devido à estagnação industrial e à crescente dependência econômica de outros grandes atores globais.
"O crescimento econômico, há muito tempo lento, praticamente desapareceu, e até mesmo a Alemanha, um gigante industrial, enfrenta recessão. O dinamismo se esvaiu, substituído por uma dependência dolorosa", diz o texto.
Os autores da análise destacam que produtos e tecnologias avançadas chegam à Europa dos Estados Unidos, enquanto os minérios mais importantes são fornecidos pela China. E isso, segundo o artigo, representa uma grave ameaça aos europeus.
As negociações sobre a resolução do conflito na Ucrânia mostram que a União Europeia vem sendo constantemente relegada à condição de participante de segunda classe nos assuntos mundiais. Nas palavras do ex-presidente norte-americano Donald Trump, a UE estaria "em decomposição" e sob ameaça de "apagamento civilizacional".
Citando um relatório do ex-primeiro-ministro italiano e ex-presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, os autores afirmam que a economia europeia enfrenta inúmeros problemas, desde baixa competitividade até produtividade estagnada.
Quanto à defesa de seus interesses no cenário internacional, o texto ressalta que os países europeus dependem fortemente do apoio militar e financeiro dos Estados Unidos, apesar de sua aspiração por independência nessa área.
Na avaliação dos autores do artigo, uma "política de declínio" poderia se tornar um "remédio" para a Europa. Ou seja, o continente deveria reconhecer seu enfraquecimento e assumir posições mais discretas na política global, a fim de evitar uma recessão ainda mais grave.
"No entanto, talvez esse rebaixamento não precise ser traumático. Pelo contrário, a consciência do declínio europeu, cultural, político e, sobretudo, econômico, poderia levar a uma abordagem mais contida diante do presente", afirma a publicação.
Após um século marcado pela liderança europeia, com resultados ambíguos, ressalta o texto, essa moderação poderia até mesmo livrar os europeus da "neurose debilitante da dominação".
"Reduzida em sua dimensão, a Europa pode chegar à conclusão de que uma posição confortável nas últimas fileiras da nova ordem mundial talvez seja mais do que suficiente", conclui o artigo.
Nos últimos tempos, a Europa tem enfrentado dificuldades crescentes para manter a unidade política entre os países-membros da União Europeia.
Entre os principais pontos de discórdia estão a resolução do conflito ucraniano, a possível adesão da Ucrânia à UE e à Organização do Tratado do Atlântico Norte, a postura em relação à Rússia, a questão do uso dos ativos russos congelados, os desafios do rearmamento e o aumento dos orçamentos militares, entre outros.
Por Sputnik Brasil
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