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Parlamento Europeu blinda setor agrícola e define regras para acordo com Mercosul
Eurodeputados aprovam salvaguardas para proteger produtores locais e simplificam regras da Política Agrícola Comum, impactando negociações com o Mercosul.
O Parlamento Europeu aprovou, nesta terça-feira (16), um pacote de medidas legislativas que impacta diretamente o setor agrícola do bloco. Entre os destaques estão novas salvaguardas comerciais relacionadas ao acordo com o Mercosul e a simplificação de regras da Política Agrícola Comum (PAC).
A posição do Parlamento sobre o tratado comercial, aprovada por 431 votos a favor e 161 contra, estabelece mecanismos mais rigorosos para proteger os produtores europeus. Entre eles, está a possibilidade de suspensão temporária de preferências tarifárias para produtos sensíveis, como carne bovina e aves de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, caso haja prejuízo à produção local.
Pelo texto aprovado, a Comissão Europeia deverá iniciar uma investigação sobre a necessidade de medidas de proteção sempre que as importações de produtos agrícolas aumentarem, em média, 5% durante um período de três anos — um limiar mais rígido do que os 10% propostos inicialmente pelo Executivo do bloco.
Os deputados também determinaram que essas investigações sejam mais rápidas, reduzindo o prazo de análise de produtos sensíveis de quatro para dois meses, e incluíram um mecanismo de reciprocidade. Este dispositivo obriga a Comissão a agir caso haja provas de que as importações não cumprem requisitos ambientais, de bem-estar animal ou de segurança alimentar equivalentes aos da União Europeia (UE).
A aprovação das salvaguardas ocorre em um momento político delicado. A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, planeja assinar o acordo comercial durante a cúpula do Mercosul no próximo sábado, em Foz do Iguaçu, mas enfrenta resistência de Estados-membros como a França, que pede o adiamento da votação até 2026, além da pressão de sindicatos agrícolas, que organizam protestos para esta quinta-feira em Bruxelas.
As negociações finais com o Conselho sobre a legislação de salvaguardas têm início já nesta quarta-feira (17).
Paralelamente, o Parlamento aprovou, por 629 votos a favor, a simplificação das regras da PAC, reduzindo a burocracia para os agricultores. O acordo preliminar amplia o apoio financeiro anual a pequenas propriedades para até 3 mil euros e eleva o pagamento único para desenvolvimento de negócios para até 75 mil euros.
As novas normas também introduzem o princípio da "declaração única", limitando as inspeções oficiais a apenas uma por ano, e oferecem maior flexibilidade nos requisitos ambientais. Com isso, terras aráveis manterão essa classificação a partir de 2026, mesmo sem lavoura, e produtores orgânicos serão considerados automaticamente em conformidade com certas exigências.
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