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Remessas globais de smartphones devem cair 2,1% em 2026, aponta pesquisa

Aumento dos custos de memória pressiona fabricantes, especialmente do segmento de baixo custo, segundo levantamento da Counterpoint.

16/12/2025
Remessas globais de smartphones devem cair 2,1% em 2026, aponta pesquisa
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

As remessas globais de smartphones devem registrar queda de 2,1% em 2026, reflexo do aumento dos custos de memória, de acordo com pesquisa divulgada nesta terça-feira, 16, pela Counterpoint. O novo dado representa uma revisão negativa de 2,6 pontos percentuais em relação à previsão anterior, com as fabricantes chinesas sendo as mais impactadas pelas revisões para baixo.

Segundo a análise, os aumentos nos preços da Memória de Acesso Aleatório Dinâmica (DRAM) já elevaram os custos dos componentes (BOM) dos smartphones de entrada, intermediários e topo de linha em cerca de 25%, 15% e 10%, respectivamente. A expectativa é de que haja impactos adicionais nos custos, variando entre 10% e 15%, até o segundo trimestre de 2026.

“O segmento de baixo custo do mercado (abaixo de US$ 200) é o mais afetado, com os custos da lista de materiais (BOM) aumentando de 20% a 30% desde o início do ano”, afirma MS Hwang, diretor de Pesquisa da Counterpoint. “Os segmentos de médio e alto padrão registraram aumentos de preços de 10% a 15%”, acrescenta.

Outro relatório da Counterpoint, focado em soluções de memória para inteligência artificial (IA), aponta que os preços da memória podem subir mais 40% até o segundo trimestre de 2026. Isso pode resultar em um aumento adicional nos custos da lista de materiais entre 8% e mais de 15% sobre os níveis já elevados.

De acordo com a pesquisa, os fabricantes de smartphones mais bem posicionados para enfrentar a escassez de suprimentos serão aqueles com maior escala, portfólio diversificado de produtos — especialmente no segmento premium — e forte integração vertical.

“Apple e Samsung estão em melhor posição para enfrentar os próximos trimestres”, avalia Yang Wang, analista sênior da Counterpoint. “Será difícil para outros que não têm tanta margem de manobra para equilibrar participação de mercado e margens de lucro. Veremos esse cenário se desenrolar, especialmente entre os fabricantes chineses, ao longo do ano.”