Geral
Cofecon critica manutenção da Selic em 15% e defende revisão da meta de inflação
Conselho Federal de Economia alerta para impactos negativos dos juros altos e sugere retorno da meta inflacionária a 4,5%
O Conselho Federal de Economia (Cofecon), autarquia federal responsável por fiscalizar e normatizar a profissão de economista no Brasil, divulgou uma carta aberta criticando a decisão do Banco Central de manter a taxa Selic em 15% ao ano.
No documento, o Cofecon defende que o Conselho Monetário Nacional (CMN) retome o centro da meta de inflação em 4,5%, em vez dos atuais 3%.
Segundo o órgão, a inflação no país está sob controle e não há justificativa para uma taxa de juros nominal tão elevada, que, de acordo com a análise, prejudica o crescimento econômico e a geração de empregos.
Para o Cofecon, os argumentos de que a inflação brasileira é causada por pressão de demanda e deve ser combatida apenas com aumento dos juros não se sustentam.
"A inflação brasileira tem causas estruturais, como as características do mercado, significativamente oligopolizado, a concentração de renda, a indexação ou reajuste automático de preços e contratos, além da influência da volatilidade cambial, como ocorre em outros países com moedas não conversíveis", destaca a carta.
O documento lembra que, entre 2005 e 2018, com a meta de inflação em 4,5%, apenas em 2015 o teto da meta foi ultrapassado. No entanto, a partir de 2021, com a meta sendo gradualmente reduzida para 3% (teto de 4,5%), mesmo com inflação baixa entre 4,31% e 5,79% em quatro dos cinco anos — considerando a projeção de 4,4% para 2025 — o teto da meta foi ultrapassado.
"Se tivesse sido mantida a meta de 4,5% e a banda superior de 6,0%, não teria havido estouro da meta em nenhum dos anos, exceto em 2021, o que ocorreu em quase todos os países devido à pandemia de covid", ressalta o Cofecon.
O conselho também alerta para as consequências de uma Selic elevada: "São mais do que conhecidas as consequências de uma Selic tão alta: aumento dos gastos com juros da dívida pública para R$ 1 trilhão ao ano, encarecimento do crédito para empresas e famílias, queda do consumo, da geração de empregos e do PIB", conclui o texto.
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