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Tarcísio critica renovação da Enel e promete acionar Justiça após blecautes

Governador de São Paulo pressiona governo federal e cobra solução para falhas recorrentes no fornecimento de energia elétrica pela Enel.

15/12/2025
Tarcísio critica renovação da Enel e promete acionar Justiça após blecautes
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) - Foto: Reprodução / Instagram

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a cobrar o governo federal sobre a possibilidade de intervenção na Enel, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica, nesta segunda-feira, 15. Tarcísio afirmou ter conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na semana passada e deve se reunir com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, nesta terça-feira, 16. O governador também prometeu acionar a Justiça contra a empresa, após uma série de blecautes que afetaram a Grande São Paulo.

O último apagão, iniciado na quarta-feira, 10, deixou cerca de 2,2 milhões de pessoas sem luz. Na manhã desta segunda, 15, ainda havia 29,1 mil clientes sem fornecimento de energia. A Enel afirma ter investido em podas preventivas, modernização da rede e agilidade na resposta a emergências, mas enfrenta críticas pela demora no restabelecimento do serviço, o que também prejudicou o abastecimento de água na capital e em cidades vizinhas.

Tarcísio destacou que o governo federal precisa "se movimentar" e afirmou que "não há condições de empurrar goela abaixo" a renovação do contrato da Enel, prevista para 2028. Na semana passada, o ministro Alexandre Silveira chegou a acusar Tarcísio e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), de promoverem "disputa política" diante do evento climático extremo.

"No evento que tivemos na sexta-feira (lançamento do canal SBT News), tive a oportunidade de falar com o presidente da República e dizer o seguinte: 'É a regulação que tem os remédios para resolver esse problema'", declarou o governador. "Já sei que foi chamada reunião do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do ministro de Minas e Energia, com o presidente, na manhã desta segunda. Espero que eles possam encaminhar uma solução."

Tarcísio também afirmou que pretende acionar novamente a Justiça após esgotar medidas administrativas e de controle contra a concessionária. Segundo ele, o Estado já acionou o Tribunal de Contas da União (TCU), realizou reuniões com o ministro da Corte e prefeitos da região metropolitana, além de aplicar sanções por meio do Procon devido ao descumprimento do Código de Defesa do Consumidor. Entre as medidas estão multas milionárias, que, segundo o governador, foram contestadas judicialmente pela empresa para evitar o pagamento.

"A gente tem de deixar claro que a Constituição estabeleceu competências e atribuiu à União a responsabilidade pelo serviço de distribuição de energia", ressaltou Tarcísio. Além de criticar o governo federal e a Aneel, ele apontou falhas na gestão da Enel.

Segundo o governador, com a proximidade do fim do contrato, em 2028, a concessionária teria reduzido investimentos, diminuído equipes e abandonado ações de manutenção e reforço da rede, como poda de árvores e automação do sistema.

Para ilustrar a diferença de atuação, Tarcísio citou o caso do Paraná, onde a Companhia Paranaense de Energia (Copel), privatizada, enfrentou eventos climáticos extremos, chegou a registrar até dois milhões de clientes sem energia, mas conseguiu restabelecer o serviço de forma mais eficiente.

O governador também mencionou Goiás, onde a Enel foi pressionada após sucessivas falhas no serviço até ser vendida em 2022. "Quem era a concessionária que foi substituída no Estado de Goiás por deficiência técnica? A Enel", afirmou. "A pergunta é: por que esses remédios foram usados em outras unidades da Federação e não estão sendo usados no estado de São Paulo?"