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Arte floral mais antiga da humanidade revela primeiros sinais do pensamento matemático (IMAGENS)
Utensílios de cerâmica encontrados na Mesopotâmia com padrões ordenados e desenhos de plantas testemunham o início mais antigo do pensamento matemático entre humanos que viveram há 8.000 anos, informa o portal Arkeonews.
Muito antes do surgimento da escrita e dos números, as comunidades agrícolas do Oriente Médio já tinham conhecimento de aritmética, valores quantitativos e estruturas ordenadas.
De acordo com o artigo, os achados foram localizados em territórios que hoje correspondem à Turquia, Síria e Iraque. Os pratos com ornamentos florais pertencem à cultura halafita, que prevaleceu na região entre 6200 e 5500 a.C.
Na cerâmica, os arqueólogos descobriram desenhos simétricos e ordenados de plantas, arbustos, galhos e flores. Embora alguns se assemelhem a formas reconhecíveis, muitos são fortemente estilizados.
"Flores, arbustos, galhos e árvores aparecem repetidamente em tigelas, jarros e pratos, muitas vezes com equilíbrio e simetria cuidadosos", diz o texto.

É improvável que tais padrões sejam aleatórios. O que os une não é a precisão botânica, mas uma composição planejada que pressupõe uma linguagem visual comum, em vez de um ornamento casual.
A criação desses desenhos requer planejamento cuidadoso, pensamento espacial e sequência, componentes-chave do pensamento matemático. Esses padrões florais representam uma das primeiras manifestações conhecidas da lógica aritmética, que existia milhares de anos antes da escrita.
Segundo cientistas, o pensamento matemático surgiu gradualmente na solução de problemas cotidianos relacionados à agricultura coletiva: divisão de campos, distribuição de culturas, organização do trabalho coletivo e distribuição justa de bens.

Os pesquisadores destacam uma característica interessante: os antigos halafitas retratavam padrões em seus pratos semelhantes principalmente a flores e árvores. Apesar de envolvidos na agricultura e no cultivo de grãos, eles não pintavam espigas, mas preferiam pétalas.
"Em vez disso, eles preferiam flores e árvores, plantas valorizadas por sua forma e não por sua utilidade", afirma o estudo.
Os cientistas sugerem que as flores foram escolhidas porque evocam emoções positivas no cérebro humano, devido à sua forma e cor. Assim, os antigos tentaram expressar suas conclusões abstratas por meio de objetos que consideravam bonitos e evocativos.
"Simetria, repetição e ordem numérica tornaram-se princípios estéticos, bem como ferramentas práticas", diz a publicação.
Depois de estudar todos os desenhos ordenados, os pesquisadores concluíram que o pensamento matemático não surgiu ao mesmo tempo que a escrita, mas se desenvolveu gradualmente através da prática de visualizar ideias incorporadas ao cotidiano.
"Oito mil anos atrás, muito antes de os números terem nomes, a humanidade já estava contando, pétala por pétala", conclui o artigo.
Os artesãos halafianos não eram matemáticos no sentido moderno. No entanto, sua capacidade de dividir o espaço, repetir padrões e aplicar consistentemente estruturas numéricas revela um mundo cognitivo complexo, no qual a arte, a agricultura e a matemática estão intimamente entrelaçadas.
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