A China acusou as Filipinas de promover provocações "premeditadas" no atol de Sabina, após Manila denunciar que barcos de pesca filipinos foram atingidos por canhões de água disparados pela Guarda Costeira chinesa. O episódio intensifica as tensões no disputado mar do Sul da China.

Segundo o South China Morning Post (SCMP), autoridades filipinas relataram que navios chineses lançaram jatos de água contra embarcações de seu país na sexta-feira (12), ferindo três pescadores e danificando dois barcos. A Guarda Costeira filipina também afirmou que uma embarcação chinesa cortou as amarras de vários barcos locais, pedindo que Pequim respeite as normas internacionais de segurança marítima.

Pequim rejeitou as acusações e afirmou que as Filipinas reuniram embarcações de forma organizada para provocar incidentes, realizando manobras perigosas e até ameaçando oficiais chineses com facas.

O SCMP destaca ainda que, para o governo chinês, as ações de sua Guarda Costeira foram "necessárias, legais e comedidas" para proteger sua soberania. Conforme o jornal, Pequim considera que as embarcações filipinas atuavam sob "pretexto de pesca", ignorando repetidos avisos antes de serem expulsas da área.

Os Estados Unidos condenaram o uso de canhões de água e o corte das amarras de barcos filipinos, acusando a China de adotar táticas perigosas que ameaçam a estabilidade regional. Em resposta, Pequim acusou Washington de "incitar o confronto" e interferir em disputas das quais não faz parte.

As tensões entre China e Filipinas vêm crescendo há mais de um ano, impulsionadas por incidentes marítimos recorrentes e pelo fortalecimento dos laços defensivos de Manila com os EUA e aliados regionais — movimento que aumenta as preocupações de Pequim sobre a presença norte-americana no mar do Sul da China.