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Protestos contra anistia e projeto da dosimetria tomam capitais e cidades do país

Ato em defesa da punição aos envolvidos no 8 de janeiro e contra redução de penas reúne milhares em todas as capitais brasileiras.

14/12/2025
Protestos contra anistia e projeto da dosimetria tomam capitais e cidades do país
Manifestantes ocupam capitais do país contra anistia e redução de penas do 8 de janeiro. - Foto: © Sputnik / Guilherme Correia

Manifestações em repúdio à anistia de condenados pelo 8 de janeiro e ao Projeto de Lei da dosimetria, que propõe reduzir o tempo de prisão para crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado, foram registradas neste domingo (14) nas 27 capitais do país, incluindo o Distrito Federal.

Em São Paulo, a maior cidade do Brasil, a mobilização ocupou a avenida Paulista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O protesto foi organizado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

Com faixas, cartazes e palavras de ordem, os manifestantes defenderam a manutenção das punições e alertaram que qualquer iniciativa de redução de penas representa um retrocesso institucional.

Mensagens como "sem anistia" foram recorrentes. Um carro de som deu suporte a discursos de lideranças políticas, representantes de movimentos sociais e parlamentares.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, defendeu a responsabilização dos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes, destacando a importância da punição como resposta à ditadura militar. A manifestação foi pacífica e acompanhada pela Polícia Militar.

No Rio de Janeiro, a orla de Copacabana recebeu shows de artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Emicida, Lenine, Duda Beat, Xamã e Baco Exu do Blues. Em Brasília, a marcha ocorreu na Esplanada dos Ministérios.

O texto do projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 10 deste mês, em votação durante a madrugada que gerou forte controvérsia pública.

O PL segue agora para o Senado, onde será analisado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) na próxima quarta-feira (17), sob relatoria do senador Esperidião Amin (PP-SC), antes de seguir ao plenário.

Se aprovado, o projeto pode reduzir de 27 anos e três meses para cerca de 2 anos e meio a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por liderar tentativa de golpe de Estado, segundo cálculos do relator na Câmara, Paulinho da Força (Solidariedade-SP).

Em entrevista à Sputnik Brasil, o líder do PL no Senado, Carlos Portinho, celebrou a aprovação do texto, mas afirmou que o objetivo do partido é uma anistia ampla, geral e irrestrita.

"A dosimetria é só o início. Nosso objetivo é anistia e vamos lutar por isso."

Já a senadora Teresa Leitão (PT-PE) criticou a forma como a matéria foi aprovada na Câmara e disse esperar que o Senado tenha "bom senso" e cumpra seu papel de casa revisora.

"Que [o Senado] tenha calma, tenha uma condição política de fazer com que esse processo se desenvolva obedecendo à técnica legislativa, obedecendo ao mérito do que foi e ao significado dessa condenação", afirmou à Sputnik Brasil.

Por Sputnik Brasil