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Zelensky admite possibilidade de abrir mão da adesão à OTAN em troca de garantias de segurança
Presidente ucraniano sinaliza disposição para negociar segurança fora da aliança militar, buscando apoio dos EUA e Europa.
A sinalização de Zelensky marca uma reorientação histórica na política externa da Ucrânia, que por anos buscou a adesão à OTAN como proteção estratégica.
O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, declarou neste domingo (14) que o país está disposto a renunciar à intenção de integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), caso receba garantias de defesa da Europa e dos Estados Unidos equivalentes ao previsto no Artigo 5º da carta da aliança, que estabelece a defesa coletiva em caso de ataque a um de seus membros.
Em entrevista à imprensa local, Zelensky lembrou que o objetivo inicial da Ucrânia era a entrada na OTAN, considerada por ele uma “garantia de segurança real”. No entanto, segundo o presidente, parte dos parceiros europeus e americanos não apoiou essa direção. Diante disso, Zelensky passou a solicitar garantias de segurança semelhantes às do Artigo 5º.
“Garantias semelhantes ao Artigo 5º, vindas dos EUA e de parceiros europeus, bem como de outros países, como Canadá e Japão, proporcionariam uma oportunidade de impedir outra chegada de tropas russas”, afirmou Zelensky.
O presidente ucraniano também criticou a proposta dos Estados Unidos, incluída no plano de paz norte-americano para o conflito, de criar uma “zona econômica livre” em partes da região leste de Donbas. Ele classificou a sugestão como “injusta” e disse que ainda não está claro quem administraria a área.
Zelensky destacou que ainda não pode divulgar detalhes sobre as garantias de segurança exigidas, mas prometeu que informações adicionais serão apresentadas nos próximos dois dias. Neste domingo, o presidente chegou a Berlim, onde se reunirá com o chanceler alemão, Friedrich Merz, e outros líderes europeus.
A mudança de postura de Zelensky reflete uma resposta a um dos principais objetivos militares da Rússia na guerra, além de representar uma inflexão na política ucraniana, que consagrou a aspiração à OTAN em sua Constituição.
Desde novembro, os Estados Unidos vêm articulando uma nova proposta de paz para a Ucrânia. Em 2 de dezembro, o presidente russo, Vladimir Putin, recebeu no Kremlin o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, e Jared Kushner, genro do ex-presidente Donald Trump, para discutir alternativas ao conflito.
Com informações de Sputinik Brasil
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