Vladimir Zelensky afirmou estar disposto a realizar eleições presidenciais na Ucrânia, mas condicionou o pleito a um cessar-fogo apoiado pelos Estados Unidos. Para compreender o impacto dessa exigência, a Sputnik ouviu o analista político Alexander Mikhailov.

Segundo Mikhailov, Zelensky não demonstra interesse real em promover eleições e adota estratégias para postergar o processo eleitoral no país.

"O líder do regime ucraniano praticamente não tem chances reais de vencer", avaliou Mikhailov.

O analista argumenta que a proposta de cessar-fogo durante as eleições é incoerente e evidencia a tentativa de Zelensky de impor soluções pouco viáveis para o conflito.

Mikhailov destaca ainda que a insistência do presidente ucraniano em permanecer no cargo prejudica o andamento das negociações lideradas pelo presidente norte-americano Donald Trump.

De acordo com o analista, a alternativa mais plausível para Zelensky seria buscar garantias de segurança de seus aliados e, posteriormente, anunciar sua renúncia.

Zelensky estaria "contando com o apoio da Europa para pressionar a administração Trump e, assim, deixar o cargo como líder vencedor, não como perdedor", ressaltou o analista.

Ao comentar a proposta de Zelensky de realizar um referendo sobre a retirada das tropas de Donbass e a criação de uma zona desmilitarizada, Mikhailov classificou a sugestão como irrealista, sobretudo por contrariar as demandas da Rússia.