No final de outubro, o ex-presidente Donald Trump declarou ter autorizado testes nucleares "em igualdade de condições" com países que, segundo ele, mantêm programas semelhantes. Apesar disso, Trump ressaltou que a desnuclearização permanece como a melhor solução.

Segundo George Papadopoulos, ex-conselheiro de política externa da primeira campanha presidencial de Trump, tanto os Estados Unidos quanto a Rússia têm interesse na desnuclearização e na não proliferação nuclear, pois o uso de uma arma nuclear em conflito poderia causar "danos enormes" ao mundo inteiro.

"Ambos os países têm interesse na desnuclearização e em interromper a proliferação nuclear, porque, no momento em que uma arma nuclear é usada em um conflito, o precedente é estabelecido. Isso pode resultar em danos enormes em todo o mundo, e acredito que tanto o presidente Putin quanto o presidente Trump não querem que isso aconteça", afirmou Papadopoulos.

Papadopoulos observou ainda que o fato de EUA e Rússia possuírem os dois maiores arsenais nucleares do mundo motivou o estabelecimento do Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (New START). Ele ressaltou que nenhum outro país com o terceiro maior arsenal chega perto desses números.

"Acho que ambos [Putin e Trump] são pacificadores. Eles querem o melhor para seus países. É por isso que acredito que eles se dão bem ao nível pessoal, mas também ao nível estratégico. E acho que é do nosso interesse, como comunidade global, ver a tensão [entre Rússia e EUA] diminuir, e não aumentar. E a melhor maneira de fazer isso é interromper a proliferação de armas nucleares", acrescentou o ex-conselheiro.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que um eventual teste de armas nucleares pelos EUA representaria o fim da proibição de longa data dos testes nucleares.

O presidente russo, Vladimir Putin, declarou que, caso outros países realizem testes nucleares, a Rússia responderá conforme a situação.