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Júri condena Johnson & Johnson a pagar US$ 40 milhões a pacientes com câncer por uso de talco
Decisão judicial em Los Angeles responsabiliza empresa por suposta ligação entre talco e câncer de ovário; J&J vai recorrer.
Um júri de Los Angeles, nos Estados Unidos, determinou, nesta terça-feira (12), o pagamento de uma indenização de US$ 40 milhões a duas mulheres que alegam terem desenvolvido câncer de ovário em decorrência do uso de talco fabricado pela Johnson & Johnson (J&J). A empresa de cuidados de saúde anunciou que irá recorrer da decisão, que envolve responsabilidade civil e indenização por danos.
O veredicto representa mais um capítulo em uma longa disputa judicial sobre alegações de que o talco presente nos produtos Johnson's Baby Powder e Shower to Shower estaria relacionado ao câncer de ovário e ao mesotelioma, câncer que afeta pulmões e outros órgãos. Em 2023, a Johnson & Johnson suspendeu a venda de talco em pó em todo o mundo.
Em outubro, outro júri da Califórnia ordenou que a J&J pagasse US$ 966 milhões à família de uma mulher que morreu de mesotelioma, sob a alegação de que o talco para bebês utilizado por ela estava contaminado com o carcinógeno amianto. No caso mais recente, o júri concedeu US$ 18 milhões a Monica Kent e US$ 22 milhões a Deborah Schultz e seu marido.
“A única coisa que elas fizeram foi ser fiéis à Johnson & Johnson como clientes por quase 50 anos”, afirmou o advogado Daniel Robinson, do escritório Robinson Calcagnie, em Newport Beach, Califórnia. “Essa lealdade foi uma via de mão única.”
Erik Haas, vice-presidente mundial de litígios da J&J, declarou em comunicado que a empresa já havia vencido “16 dos 17 casos de câncer de ovário anteriormente julgados” e espera reverter a decisão ao recorrer do novo veredicto. Haas considerou as conclusões do júri “inconciliáveis com décadas de avaliações científicas independentes que confirmam que o talco é seguro, não contém amianto e não causa câncer”.
A Johnson & Johnson substituiu o talco em seu pó de bebê vendido na maior parte da América do Norte por amido de milho em 2020, após queda nas vendas. Em abril, um juiz do tribunal de falências dos Estados Unidos negou o plano da J&J de pagar US$ 9 bilhões para encerrar ações judiciais relacionadas ao câncer de ovário e outros tipos de câncer ginecológico associados ao uso de produtos à base de talco.
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