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Irã reajusta preços da gasolina após cinco anos para conter custos e pressão econômica

Mudança busca frear consumo e aliviar subsídios em meio à inflação alta e desvalorização do rial; governo age com cautela após protestos de 2019.

13/12/2025
Irã reajusta preços da gasolina após cinco anos para conter custos e pressão econômica
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

O governo iraniano implementou neste sábado, 13, uma nova estrutura de preços para a gasolina subsidiada, marcando o primeiro reajuste desde os protestos de 2019. A medida visa controlar os custos crescentes em meio à rápida desvalorização do rial e às sanções internacionais relacionadas ao programa nuclear de Teerã.

Com o novo sistema, foi adicionado um terceiro nível à tabela de subsídios. Motoristas continuam tendo direito a 60 litros mensais ao preço de 15.000 rials (US$ 0,0125) por litro, e os próximos 100 litros a 30.000 rials. O consumo excedente passará a custar 50.000 rials (aproximadamente US$ 0,04) por litro. Apesar do reajuste, o preço do combustível no Irã segue entre os mais baixos do mundo.

Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), o Irã foi o segundo maior pagador de subsídios energéticos do planeta em 2022, atrás apenas da Rússia, com um gasto estimado de US$ 52 bilhões em subsídios ao petróleo naquele ano. O ministro do Petróleo, Mohsen Paknejad, afirmou que a mudança representa "um começo para corrigir a tendência de consumo de combustível" no país.

A decisão é considerada politicamente delicada. Em 2019, um aumento nos preços provocou protestos nacionais que resultaram em centenas de mortes. Desta vez, o governo adota uma postura cautelosa para evitar confrontos, especialmente após o recente conflito de 12 dias com Israel. Críticos alertam que cada aumento de 10.000 rials pode elevar a inflação — atualmente em cerca de 40% ao ano — em até cinco pontos percentuais.