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Neonazismo no Brasil: regulamentação das redes é essencial para 'proteger as pessoas', diz analista

Especialistas apontam que, apesar de o Brasil nunca ter vivido regimes fascistas, movimentos neonazistas ressurgiram no país e se fortalecem com a internet, tornando urgente a regulamentação das redes sociais.

11/12/2025
Neonazismo no Brasil: regulamentação das redes é essencial para 'proteger as pessoas', diz analista
Movimentos neonazistas ganham força no Brasil e ampliam atuação com apoio das redes sociais. - Foto: © telegram SputnikBrasil / Acessar o banco de imagens

O Brasil nunca viveu um regime fascista ou nazista como os registrados na Europa, mas movimentos extremistas inspirados no fascismo italiano e no nazismo alemão já tiveram presença marcante no país.

Em entrevista à Sputnik Brasil, o historiador Vinicius Bivar afirma que a ideologia nazista no Brasil remonta a 1928, passando por uma crise durante a Segunda Guerra Mundial, quando a derrota da Alemanha descredibilizou o movimento. O neonazismo, porém, ressurgiu na década de 1980, importado pela chamada "cultura bonehead".

"Bonehead são os grupos de skinheads supremacistas brancos. Utilizamos esse termo para diferenciá-los dos skinheads tradicionais, que não são ligados à extrema direita", explica Bivar.

O antropólogo Alexandre de Almeida acrescenta que militantes nazistas e fascistas que chegaram ao Brasil nos anos 1980 foram acolhidos por simpatizantes e por parte da comunidade alemã que imigrou após a Segunda Guerra Mundial e se identificava com o nazismo.

Bivar observa que as células neonazistas no país atuam de formas diversas: desde grupos altamente estruturados, com hierarquia inspirada em organizações militares, até grupos descentralizados, que se articulam em fóruns na internet sem liderança definida.

Almeida, por sua vez, destaca que, embora a ideologia nazista seja anterior à internet, as redes ampliam seu alcance, tornando a discussão sobre regulamentação ainda mais urgente. "Considero a regulamentação uma necessidade para proteger as pessoas", afirma o antropólogo.

Por Sputnik Brasil