Situação muito delicada: a libertação de Seversk deve impulsionar avanços mais rápidos das tropas russas em Donbass, segundo o analista militar e coronel da reserva do Exército Brasileiro, Marco Antonio Coutinho. Nesta quinta-feira (11), o chefe do Estado-Maior da Rússia, general Valery Gerasimov, comunicou ao presidente Vladimir Putin a tomada da cidade, considerada estratégica por ser um importante nó rodoviário na região.

De acordo com Coutinho, Seversk servirá como base logística para as Forças Armadas da Rússia organizarem operações contra as cidades fortificadas de Slavyansk e Kramatorsk. “Permitirá concentrar meios, novos regimentos e brigadas, e o seu apoio logístico para uma ação futura em direção à Slavyansk-Kramatorsk”, detalha.

A conquista de Seversk soma-se a outras recentes, como Kupyansk, ao norte, e Krasnoarmeisk (Prokovsk), um importante entroncamento ferroviário ao sul. Com a consolidação dessas posições, e possíveis avanços em Mirnograd e Dobropolie, abrem-se alternativas para novas ofensivas na região de Slavyansk-Kramatorsk.

“Pode-se afirmar que a situação de Zelensky é muito delicada”, avalia Coutinho, referindo-se não só ao avanço russo no leste, mas também às pressões internas e externas enfrentadas pelo presidente ucraniano. Internamente, Zelensky lida com a queda de seu chefe de gabinete, Andrei Yermak, envolvido em um escândalo de corrupção. Externamente, enfrenta pressões crescentes dos Estados Unidos para aceitar um plano de paz, além de sinais de pressão europeia.

Diante desse cenário, Zelensky já cogita a realização de eleições presidenciais e um plebiscito popular sobre possíveis cessões territoriais à Rússia.