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Haddad avalia deixar Ministério da Fazenda para atuar na campanha de Lula
Ministro sinaliza intenção de se afastar do cargo para contribuir com programa e estratégia eleitoral do presidente em 2026.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista ao jornal O Globo que considera deixar o comando da pasta para se dedicar à campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva em 2026.
"Pretendo colaborar com a campanha do presidente Lula e já lhe disse que não pretendo me candidatar em 2026, mas quero contribuir pensando no programa de governo e em como estruturar sua campanha", declarou Haddad.
Segundo o ministro, Lula recebeu a proposta de forma positiva:
"A reação dele foi muito amigável. Ele falou: 'Haddad, você vai colaborar da maneira que você preferir. E qualquer decisão que você tome eu vou respeitar. Mas vamos conversar', relatou Haddad.
Relação com o Congresso
Haddad também comentou sobre os desafios enfrentados pelo Executivo diante da oposição no Congresso Nacional. Para ele, o impasse em pautas prioritárias prejudica a produtividade do governo e gera apreensão.
O ministro reconheceu ser natural que o Congresso busque maior participação no Orçamento, mas alertou para o risco de engessar o processo e dificultar a governabilidade.
"Estamos em uma situação em que precisamos delimitar melhor as competências, encontrar um caminho para restabelecer essa divisão de poderes de forma mais clara", afirmou.
Apesar dos desafios, Haddad ressaltou que mantém bom relacionamento com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta, mesmo diante de divergências recentes.
"Me dou muito bem com os dois presidentes, tanto com o presidente Davi quanto com o presidente Hugo. Às vezes, você fica uma semana sem se falar, manda emissário. Vai daqui e vai dali, mas se restabelece a relação. Porque não há, definitivamente, nada ofensivo que não seja superado", explicou.
O ministro destacou, contudo, que alguns desacordos, como na indicação do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), podem ser prejudiciais.
"Divergência vai haver, mas no caso da indicação de um ministro do Supremo, é uma prerrogativa do presidente da República. O chefe do Executivo faz a indicação, o Senado sabatina, aprova ou não. Não vejo como um bom caminho a gente politizar a indicação para as cortes superiores", avaliou.
Banco Central e taxa de juros
Haddad também comentou suas declarações sobre a taxa básica de juros, a Selic, definida pelo Banco Central (BC), e defendeu que sua opinião é técnica e legítima.
"Quando falo que a taxa de juros está muito restritiva, estou dando uma opinião técnica com vários resultados que tenho. Isso não é nenhuma deselegância institucional, pelo contrário. Galípolo [presidente do BC] trabalhou comigo na Fazenda, foi indicado por mim para ser diretor do BC e, para dizer a verdade, chegou à presidência por iniciativa também da Fazenda. Não existe problema entre nós, do ponto de vista pessoal, institucional", afirmou.
Em defesa do atual presidente do BC, Haddad citou a atuação de Galípolo diante da crise do Banco Master e das fintechs, problemas herdados da gestão anterior de Roberto Campos Neto.
"Galípolo, com toda a delicadeza e elegância, já emitiu acho que 17 medidas, botando freio no descalabro das fintechs e tudo mais", ressaltou.
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