Janeiro é o mês preferido para férias de muitos trabalhadores que querem curtir o verão e, principalmente, entre os que têm filhos em idade escolar. Mas, por conta da crescente demanda, os custos das viagens podem subir. E economizar nesta época requer mais dedicação e acordos em família.

O EXTRA traz referências de preços de passagens do Rio para os destinos nacionais mais buscados. São dez municípios para viajar de ônibus, segundo dados da Rodoviária do Rio, e dez de avião, levantados pela plataforma de buscas Kayak. Fazer simulações de gastos antes de comprar pacotes de turismo, aliás, é essencial para não entrar numa cilada financeira.

— Para evitar que as férias se tornem uma grande dor de cabeça no futuro, o primeiro passo é se planejar financeiramente, o que inclui pesquisar preços, entender seus limites e tomar decisões de forma consciente — orienta o consultor financeiro Renan Diego.

Ele indica listar os custos básicos da viagem desejada, como o valor das passagens, o valor da hospedagem, quanto será necessário para pagar as principais refeições do dia, e qual é o valor médio que será usado para utilizar os transportes locais, como ônibus e metrô. Além de taxas extras: seguro-viagem, câmbio e impostos, quando for o caso. Essas pesquisas podem, inclusive, gerar conversas com as crianças, a fim de elas tomarem decisões conjuntas ou entenderem limitações.

— A partir dos 3 anos, já é possível incluir os pequenos nos combinados: escolher entre praia ou campo e explicar, de forma simples, os motivos financeiros por trás da decisão. Por exemplo, dizer que, se a praia fica mais perto, gastamos menos gasolina — avalia Priscila Rossi, psicóloga e idealizadora da Escola da Educação Financeira Infantil.

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Mesmo se o destino para as férias já foi escolhido, há formas de reduzir os custos de uma viagem. E isso não significa deixar de aproveitar.

— Existem algumas estratégias que ajudam famílias, principalmente as que têm filhos, a gastarem menos. Uma dica valiosa é pesquisar opções gratuitas disponíveis no destino ou descontos nos valores de ingressos para museus e parques em determinados dias da semana. Feiras locais, mirantes e parques a céu aberto são outras opções divertidas em algumas cidades — aponta o consultor Renan Diego.

Educação financeira em pauta

Para Priscila Rossi, situações do dia a dia, como a organização de uma viagem, são oportunidades valiosas de educação financeira.

— Essa conversa pode e deve acontecer desde cedo, sempre ajustando a linguagem à fase de desenvolvimento da criança. Falar de dinheiro não significa transferir responsabilidade para a criança, e sim prepará-la para viver experiências com consciência. Quando ela entende que existe um orçamento definido, tende a fazer pedidos mais coerentes e participa da viagem de forma ativa, segura e alinhada à realidade da família — garante.

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Entre 6 e 8 anos, a criança já compreende melhor o conceito de limite financeiro. Por isso, segundo ela, vale indicar: “Temos X reais para lembrancinhas. Vamos planejar como usar?”. Esse tipo de conversa ajuda a desenvolver noção de prioridade e paciência para esperar pelo que realmente deseja.

A partir dos 9 anos, há maturidade para lidar com escolhas mais complexas. A criança pode participar do planejamento dos passeios, ajudar a montar o orçamento de refeições e até comparar opções de atividades. É o início da tomada de decisão com mais responsabilidade.

Dicas para o bolso

Onde comer

Aproveitar mercados locais para lanches ou cafés da manhã baratos e cozinhar na hospedagem, se for permitido, são opções para economizar.

Como pagar

Em viagens internacionais, é mais estratégico utilizar dinheiro vivo e cartão pré-pago, e evitar o crédito, que tem Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) maior. Mesmo assim, não é indicado viajar somente com dinheiro, porque podem ocorrer casos de urgência ou existir algum estabelecimento que não aceite essa forma de pagamento ou não tenha troco.

Incluir os pequenos

Durante a viagem, é natural que a criança peça mais do que o combinado previamente. Três estratégias práticas para evitar os gastos por impulso são: relembrar o teto de gastos todo dia, antes de sair do hotel (“Hoje temos X reais para gastar. Se quiser comprar algo, vamos olhar e decidir juntos”); incentivar a criança a pensar, antes de decidir sobre uma compra (“Vamos dar uma volta e ver outras opções antes de decidir?”); e lembrar das consequências dos gastos exacerbados (“Você pode comprar hoje, mas ficará sem dinheiro caso queira algo amanhã”).

Dar verbas

Dar uma verba para as crianças na viagem pode ser uma grande aliada da educação financeira. O importante é que a quantia seja combinada, esteja dentro do orçamento da família, haja orientação e não seja feita reposição além do acertado. Para crianças de 4 a 6 anos, um valor pequeno por dia funciona melhor, porque elas ainda não conseguem planejar longos períodos. Para crianças de 7 a 10 anos, pode ser dado um valor para toda a viagem, ajudando a organizar o dinheiro ao longo dos dias. A partir dos 11 anos, o orçamento pode aumentar, incluindo escolhas sobre passeios, guloseimas ou lembrancinhas adquiridas, sempre com supervisão.

Ao voltar

É interessante realizar uma análise financeira, principalmente se parcelou passagens, hotéis ou compras. Para evitar surpresas, detalhe numa planilha quantos meses ainda serão impactados pelos gastos com o passeio. Se o cartão de crédito foi utilizado durante a viagem, fique de olho na fatura mensal, especialmente nas taxas cobradas sobre eventuais compras internacionais.

* (1) As consultas de preços foram feitas pela Rodoviária do Rio, em 11 de dezembro, com base nas ofertas para 14 de janeiro. Os preços podem variar conforme os assentos (convencional, semileito, leito), empresas e de acordo com a antecipação para a data da viagem. O passageiro pode fazer buscas próprias no site www.rodoviariadorio.com.br.

* (2) O levantamento foi realizado no dia 12 de dezembro de 2025, na base de dados do KAYAK.com.br e marcas associadas, considerando buscas de 1º de junho a 11 de dezembro por voos de ida e volta, em classe econômica, partindo do Rio de Janeiro, para datas de viagem entre 1º de janeiro de 2026 a 31 de janeiro. Os preços são uma média por pessoa e podem variar com o tempo.