Finanças

Correios: sindicatos em greve devem manter 80% do efetivo em atividade, determina TST

Decisão do Tribunal Superior do Trabalho ocorre após aprovação da greve durante audiências de mediação entre trabalhadores e estatal

Agência O Globo - 19/12/2025
Correios: sindicatos em greve devem manter 80% do efetivo em atividade, determina TST
- Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Os sindicatos de trabalhadores dos Correios em greve deverão manter 80% do efetivo em atividade em cada unidade da estatal. A determinação foi expedida pela ministra Kátia Magalhães Arruda, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), relatora do processo referente ao dissídio coletivo da categoria.

Parte dos representantes dos trabalhadores aprovou a paralisação, em meio a uma grave crise financeira enfrentada pela empresa, que nesta quinta-feira (data não informada) recebeu autorização para um empréstimo de R$ 12 bilhões.

Segundo a decisão do TST, os dirigentes sindicais também estão proibidos de atuar nas entradas das unidades para impedir o acesso de funcionários e a circulação de cargas postais devido ao movimento grevista.

Multa por descumprimento

Em caso de descumprimento da determinação, a ministra fixou multa diária de R$ 100 mil, a ser paga pelo sindicato responsável.

A decisão foi tomada após sindicatos da categoria aprovarem a deflagração da greve durante audiências de mediação conduzidas pelo TST.

A mediação foi solicitada pela direção dos Correios, com o objetivo de evitar que a paralisação agrave ainda mais a situação financeira da empresa e prejudique a prestação dos serviços.

Na tentativa de chegar a um acordo coletivo de trabalho (ACT), os Correios propuseram, na última terça-feira, reajuste salarial conforme a inflação e cederam em outras cláusulas favoráveis à categoria, mas mantiveram a negativa ao pagamento do chamado "vale-peru". Até então, a proposta da estatal era de reajuste zero, diante da crise financeira.

Os funcionários reivindicam a manutenção de benefícios, como adicional de 70% nas férias, pagamento de 200% nos finais de semana e concessão do "vale-peru" de R$ 2.500, mas a direção dos Correios alega não ter condições financeiras para atender a todas as demandas.