Finanças

Galípolo afirma que Banco Central mantém opções abertas sobre juros

Presidente do BC reforça que decisões sobre a Selic dependerão da evolução dos dados econômicos

Agência O Globo - 18/12/2025
Galípolo afirma que Banco Central mantém opções abertas sobre juros
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo - Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira que “não há portas fechadas” para as definições sobre juros nas próximas reuniões. Tanto ele quanto o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, evitaram se comprometer com sinalizações e reiteraram que as decisões sobre a taxa Selic dependerão da evolução dos dados econômicos.

Há uma divisão entre analistas do mercado financeiro — e também fora dele — sobre a possibilidade de o BC iniciar o corte dos juros já em janeiro ou adiar a medida para março. Galípolo destacou que essa indefinição é intencional e faz parte da estratégia de comunicação do Banco Central, que prefere não antecipar os próximos passos.

“Está se tentando achar uma dica para um texto que não dá dica. Nós não decidimos o que vamos fazer na reunião de janeiro, nem na de março, nem tomamos a decisão em dezembro. Entendemos que hoje o custo-benefício é mais vantajoso não tomar essa decisão agora. Não tem seta nem porta fechada para todas as próximas reuniões”, afirmou Galípolo.

Os dois representantes do BC também evitaram comentar se as projeções de inflação em 3,2% e 3,1% para 2027 estariam “ao redor da meta” de 3%. Guillen ressaltou que não se deve adotar uma visão “mecanicista”, pois o BC considera diversos fatores, e as projeções de inflação estão sujeitas a incertezas, especialmente em horizontes mais longos.

Críticas da Fazenda

Questionado sobre as críticas do Ministério da Fazenda a respeito do impacto dos juros na dívida pública, Galípolo evitou o confronto e frisou que boa parte do custo do endividamento está nas taxas de longo prazo, que refletem também o risco percebido pelos investidores.

O presidente do BC também não sinalizou possíveis intervenções no mercado de câmbio, mesmo diante do aumento da volatilidade causado pela saída atípica de dividendos e pela instabilidade política. Segundo ele, a atuação do BC só ocorrerá em caso de “disfuncionalidades” no mercado, o que, até o momento, não foi constatado.