Finanças

Ministério da Previdência exonera secretário-executivo após ação da Polícia Federal

Operação Sem Desconto investiga descontos irregulares em benefícios do INSS. Secretário-executivo do MPS está em prisão domiciliar.

Agência O Globo - 18/12/2025
Ministério da Previdência exonera secretário-executivo após ação da Polícia Federal
Polícia Federal - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Ministério da Previdência Social (MPS) exonerou, nesta quinta-feira (18), Adroaldo Portal, secretário-executivo da pasta, após ele ter a prisão domiciliar decretada em nova fase da operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF). Portal era o segundo nome mais importante do ministério, atrás apenas do ministro Wolney Queiroz.

A operação Sem Desconto investiga irregularidades em descontos realizados em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) sem autorização dos beneficiários. Por meio de acordos de cooperação técnica entre o órgão previdenciário e entidades como associações, confederações e sindicatos, mensalidades eram descontadas dos benefícios sem a anuência dos segurados, gerando prejuízo bilionário.

Ao todo, a PF cumpre 52 mandados de busca e apreensão e 16 de prisão preventiva nos estados do Distrito Federal, Maranhão, São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Minas Gerais.

Nota oficial do Ministério da Previdência

Em nota, o ministério informou: "O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, determinou a exoneração do secretário-executivo Adroaldo Portal, após operação da Polícia Federal desta quinta-feira (18).

O Ministério da Previdência Social e o INSS permanecerão contribuindo ativamente com as investigações e atuando para recuperar os recursos desviados por esse esquema que começou no governo anterior, mas foi interrompido neste governo.

O procurador-federal Felipe Cavalcante e Silva, atual consultor jurídico do ministério, assume a função de secretário-executivo."

Outros alvos da operação

Além de Portal, o senador Weverton Rocha (PDT-MA), vice-líder do governo no Senado, foi alvo de mandado de busca e apreensão. Também foram presos preventivamente o advogado Eric Fidelis, filho do ex-diretor do INSS André Fidelis, e Romeu Carvalho Antunes, filho do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS".

De acordo com a Polícia Federal, as ações buscam aprofundar as investigações e "esclarecer a prática dos crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa, estelionato previdenciário e atos de ocultação e dilapidação patrimonial". A operação é realizada em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU).